O sul, a sorte, a estrada” revelam que a poesia fala da migração nordestina para o sul e sudeste do Brasil. Lançada na década de 1970, na voz de Ednardo ,no auge da industrialização, a música expressa um momento de intensa chegada de nordestinos, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.

Fugindo da seca e do baixo índice de desenvolvimento dos Estados do nordeste naquele período, os migrantes sofreram preconceitos e, muitas vezes, eram empregados em trabalhos maçantes.

Muitos deles se estabeleceram e ao longo dos anos passaram a compor a população miscigenada das cidades do centro-sul. Foram eles, afinal, que as ergueram.

Ingazeiras

Ednardo/1972
Intérprete: Pessoal do Ceará

Nasci pela Ingazeiras
Criado no ôco do mundo
Meus sonhos descendo ladeiras
Varando cancelas
Abrindo porteiras

Sem ter o espanto da morte
Nem do ronco do trovão
O sul, a sorte, a estrada me seduz

É ouro, é pó, é ouro em pó que reluz
É ouro em pó, é ouro em pó

É ouro em pó que reluz
O sul, a sorte, a estrada me seduz

Fonte: Centro de Memória Sindical