Na expectativa da recuperação

Para quem está na fila do desemprego, o tempo de espera por uma vaga de trabalho parece uma eternidade. “Já estou há um ano procurando emprego e não consigo nada na minha área. Quem sabe com a melhora da economia, a empresa que eu trabalhava não me chama de novo”, afirma Geraldo Martins da Silva, 44 anos, metalúrgico e estudante de engenharia de produção.

Silva perdeu o emprego em janeiro de 2009 quando a empresa em que trabalhava demitiu 1,5 mil trabalhadores. “Na época eu comecei a estudar engenharia por que a empresa precisava, mas veio a crise e fiquei sem emprego. Hoje faço bicos para pagar a faculdade”, explica.

Nas estatísticas, Silva é considerado ocupado por causa dos trabalhos temporários, mas não entra na conta dos empregados. De acordo com os especialistas, a recuperação mostrada pela economia nos últimos meses tende a trazer os empregados informais como o metalúrgico para a formalidade.

A demonstradora Shirlei Elisângela Ribeiro, de 35 anos, está há três meses sem trabalho e busca uma vaga na área em que atua ou como recepcionista. “Falta vaga no meu caso, pois tenho experiência e não sou exigente. Tenho o ensino médio apenas e não aparece nada”, comenta.

Para a vendedora Rosemeire Maria de Carvalho, de 25 anos, a busca por um emprego começou na última quinta-feira. Ela ficou empregada durante nove meses e espera não demorar para encontrar o próximo. “Já fiquei um ano a procura de emprego até encontrar. Confesso que sou exigente, pois quero ganhar bem e não trabalhar muito longe de casa. Mas, dependendo da situação, acabo aceitando o que vier”, comenta.

Além do cadastro do currículo no Posto de Atendimento ao Trabalhador (PAT), Rosemeire também busca uma vaga por meio da indicação de amigos. De acordo com um levantamento feito pelo Seade, essa é a forma pela qual as pessoas mais encontram emprego, com 51,7% dos resultados positivos para quem busca uma vaga. “É o que chamamos de network. Procurar amigos e conhecidos do meio de trabalho para buscar uma oportunidade”, explica Alexandre Loloian, coordenador de pesquisa da entidade. Em segundo lugar no ranking do modo de obter um emprego vem a seleção da empresa empregadora.

 

Texto Luciele Velutto