A taxa de desocupação captada pela Pesquisa Mensal de Emprego (PME) do IBGE registra apenas o chamado desemprego aberto. Por esse critério, é considerado desempregado quem procurou trabalho nos 30 dias anteriores. Quem não procurou emprego ou fez algum bico no período não engorda a estatística dos desempregados da PME, que em fevereiro correspondiam a 7,4% da população economicamente ativa (PEA), ou 7,1%, na série com ajuste sazonal da Rosenberg & Associados.
Na Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED) da Fundação Seade/Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), a taxa de desemprego total em fevereiro ficou em 13%. A diferença mais importante é que essa taxa não se refere apenas ao desemprego aberto, mas também inclui a desocupação oculta por desalento (quem não foi atrás de emprego nos últimos 30 dias) e o desemprego oculto por trabalho precário (quem faz bico, por exemplo). Desse modo, a pesquisa Seade/Dieese mostra uma taxa mais elevada.
Outra diferença é que as duas pesquisas não cobrem exatamente as mesmas áreas do país. A PME do IBGE mostra o cenário do mercado de trabalho nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, São Paulo, Porto Alegre e Rio de Janeiro. Na do Seade/Dieese, há pesquisas na cinco primeiras e mais o Distrito Federal, mas não há no Rio de Janeiro. (SL)