Nota: Taxa Selic poderia ter corte mais agressivo

“A redução da taxa Selic em 0,5 pp é positiva, mas o Copom poderia ter sido mais agressivo no corte, em função das urgências do País. Perdeu, assim, a oportunidade de aproveitar a o recuo da demanda mundial e transmitir confiança ao mercado e à produção e aos trabalhadores que continuam com dificuldades de encontrar um emprego de qualidade.

O mercado de trabalho tem diminuído o ímpeto de geração de empregos, ao mesmo tempo em que a indústria tem piorado seu desempenho nos últimos meses. Enquanto a Europa e os EUA patinam na crise econômica, o Brasil tem a possibilidade de manter e dinamizar a atividade econômica interna, e de gerar mais emprego e renda, se apostar firmemente no mercado interno por meio da redução da taxa de juros (Selic) e da adoção de políticas orientadas a ampliar a oferta de crédito aos consumidores e às empresas.

A redução dos juros é também importante para conter a valorização do real, que tanto afeta as exportações e a produção industrial brasileira, e para melhorar a situação fiscal do País visto que, a cada corte de 1% na taxa Selic, o governo economiza R$ 17 bilhões com o pagamento de juros da dívida pública, dinheiro que falta na melhoria da infra-estrutura econômica e social do Brasil, na educação e na saúde públicas.

Na luta pela redução da taxa de juros, os trabalhadores estão unidos a todos os brasileiros que querem ver o País livre do rentismo e da especulação financeira desenfreada, que têm drenado imensas quantidades de recursos vitais ao pleno desenvolvimento nacional.”

Miguel Torres
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes