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Acordo pela retomada de empregos pode unir trabalhadores e empresários

Fonte: Brasil 2 Pontos

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Presidente Miguel Torres na mesa de debate – foto Jaelcio Santana

Obras de infraestrutura têm de ser retomadas, sob pena do País entrar em colapso de empregos. “Há 29 grandes empresas envolvidas na Lava Jato, mas as obras que elas detêm devem ser retomadas enquanto a Justiça é feita”, defendeu secretário-geral da CUT, Sérgio Nobre. A UGT pregou diálogo com empresários: “O interesse da retomada do crescimento é comum”, sustentou Canindé Pegado. Pela CSB, Álvaro Egea destacou importância de Medida Provisória nos moldes da que criou o Plano de Proteção ao Emprego. “O governo tem de criar desde já uma legislação para o pós-Lava-Jato”, apontou.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, concordou com calendário de ações proposto pela CUT: atos públicos pela retomada das obras nos dias 3, 8 e 9 de dezembro, em São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília. “Os empresários têm de se comprometer com a indústria nacional”, disse ele, acrescentando: “Precisamos conversar com o empresariado sério para avançar na defesa dos empregos e das empresas”.

As afirmações foram feitas durante encontro de representantes das centrais sindicais Força Sindical, CUT, UGT, Nova Central, CTB, CSB e do Dieese, nesta segunda-feira, para o lançamento do movimento “Recuperar e Fortalecer os Empregos no Brasil – Soluções políticas e institucionais para reativar o setor de petróleo, gás, construção e naval”. O encontro foi realizado no Auditório do Dieese, no centro da capital.

De acordo com as resoluções, as investigações da Operação Lava-Jato devem prosseguir, mas as empresas envolvidas não podem ser punidas com bloqueios de contratos e proibição de continuidade de obras em curso. “As empreiteiras precisam ser preservadas”, sustentou o economista Luiz Gonzaga Belluzzo, na abertura de encontro.

O economista Clemente Ganz, diretor-técnico do Diesse, resumiu as propostas aprovadas na reunião. “A retomada de contratos entre Petrobras e empreiteiras do setor petróleo e gás tem de se dar imediatamente. Para isso, será preciso uma alternativa institucional. O movimento sindical vai apresentar propostas para essa solução institucional, após uma discussão com os empresários. Isso vai gerar um documento comum para o crescimento em geral e o dos setores naval e de construção pesada em particular”, afirmou ele.

Um primeir0 encontro público com empresários deverá acontecer no dia 3 de dezembro, em ato na Casa de Portugal, em São Paulo. Após ato no dia 8, no Rio, as propostas seriam entregues ao governo, ao Congresso e ao Judiciário em Brasília, em 9 de dezembro.

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Foto Paulo Segura

Leia a íntegra do documento das centrais

RECUPERAR E FORTALECER OS EMPREGOS NO BRASIL

Soluções políticas e institucionais para reativar o setor de Petróleo, gás, construção e naval.

Criar empregos e preservá-los é um dos principais objetivos da economia. A atividade produtiva gera renda e riqueza que são as bases para se promover o bem estar social, a qualidade de vida e, hoje, cada vez mais, a sustentabilidade ambiental.

A crise econômica ameaça severamente esses objetivos, pois hoje os empregos são ceifados aos milhares em todos os setores.  Destaca-se nesta crise os efeitos do combate à corrupção que vem travando o setor de petróleo e gás (Petrobrás e fornecedores), setor naval, setor da construção e, em cadeia, todos os setores produtores de insumos e serviços.

Há um grande avanço no combate à corrupção oriundo das diversas leis aprovadas nos últimos anos que fortalece a investigação e a punição de corruptos e corruptores. A efetividade desse novo arcabouço legal e institucional deve ser apoiada e sustentada pelo poder público e pela sociedade, punindo-se os culpados com base no efetivo estado de direito.

A luta contra a corrupção é longa, difícil e complexa. Já se observam efeitos extremamente perversos sobre a atividade econômica, travando processos produtivos e de investimento público e privado, o que compromete de maneira irreparável a sustentação do crescimento do país, gerando desemprego, arrocho salarial, inadimplência, crise social, queda no nível de atividade, conformando um ciclo destrutivo do ponto de vista econômico e social.

As empresas atingidas pelas investigações empregam milhares de trabalhadores que reúnem complexas competências de engenharia e de capacidades produtivas, acumuladas durante décadas de investimento em pesquisa, no desenvolvimento de tecnologia e inovação. São empresas de ponta nos seus segmentos, patrimônio da nação brasileira.

Consideramos que, a exemplo de outros países que enfrentaram esse mesmo problema, o Brasil precisa ter mecanismos céleres e eficazes de promover, ao mesmo tempo, a investigação, julgamento e punição dos culpados e criar instrumentos complementares que permitam aos órgão responsáveis liberar e viabilizar a atividade das empresas nas suas finalidades produtivas.

Por isso, as Centrais Sindicais estão convocando uma Plenária Sindical Nacional que reunirá prioritariamente os dirigentes sindicais do setor de petróleo e gás, naval, construção, engenharia, entre outros, para iniciar um grande movimento para recuperar a capacidade produtiva das empresas, a retomada dos investimentos e a revitalização dos empregos.