Uma delegação de dirigentes da Federação de Trabalhadores de São Petersburgo e Leningrado foi recebida nesta terça, 10 de abril, na sede do Sindicato, pelo presidente Miguel Torres, pelo secretário-geral Arakém e diretores, para um intercâmbio de informações sobre as conjunturas políticas, econômicas e sindicais da Rússia e do Brasil.
Miguel Torres falou sobre a categoria metalúrgica de São Paulo e Mogi das Cruzes, explicou a estrutura de lutas do Sindicato e destacou que a luta local é unificada nacionalmente com os metalúrgicos representados pela CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e pelo movimento Brasil Metalúrgico.
“O último período de crescimento econômico, pleno emprego e inclusão social no Brasil foi de 2002 a 2014. De lá para cá, com a prevalência de medidas neoliberais, a situação foi invertida. Com o presidente Temer no poder, então, o cenário piorou. Este atual governo congelou por 20 anos os investimentos sociais, tem vendido riquezas e setores estratégicos para o País e atacado os direitos da classe trabalhadora com reformas recessivas e antipopulares”, disse Miguel Torres.
“Mas a resistência do movimento sindical tem sido fundamental”, destaca Miguel, “para preservar os direitos da classe trabalhadora e as conquistas sociais das Convenções Coletivas de Trabalho e para pressionar pela retomada do desenvolvimento do País com industrialização e empregos de qualidade para todos”.
Vladimir Derbin, presidente da Federação de Trabalhadores de São Petersburgo e Leningrado, falou sobre os avanços na indústria e no padrão de vida da população no período soviético, sobre a desindustrialização e a retirada de direitos a partir da década de 1990 e a resistência do movimento sindical russo para manter-se, mesmo perante as crises, com autonomia e apoio dos trabalhadores sócios. “Tivemos muitas perdas neste processo, mas hoje as entidades de trabalhadores têm conseguido se manter e garantir a luta pelos direitos dos trabalhadores”.
A Federação de Trabalhadores de São Petersburgo e Leningrado representa trabalhadores de 35 setores, incluindo metalúrgicos, químicos e trabalhadores da saúde e construção civil.
O secretário de Relações Internacionais da Força Sindical, Nilton Souza, Neco, que também é secretário-geral da Alternativa Democrática Sindical, disse que o intercâmbio entre dirigentes sindicais russos e brasileiros fortalece as lutas nos dois países. “Sempre fomos muito bem recebidos na Rússia. Portanto, agradeço a grande contribuição do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, da CNTM e do Sindicato dos Comerciários de Porto Alegre na organização desta visita de retribuição aos companheiros russos”.
O economista Airton Gustavo dos Santos, do Dieese – subseção do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, apresentou dados sobre produção, faturamento e emprego no setor metalúrgico brasileiro (Clique aqui para acessar o conteúdo do trabalho).
Fazem parte da delegação russa, que também visitou a Força Sindical, o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil e a Federação dos Químicos do Estado de São Paulo, os dirigentes Georgii Para, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de São Petersburgo, Alexandr Paramonov, presidente do Sindicato dos Químicos de São Petersburgo, e Iosif Eliovich, presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Saúde de São Petersburgo.
A agenda de visitas aqui no Brasil encerra-se com um encontro com os Químicos de Santos nesta terça e com participação na abertura da reunião da Alternativa Democrática Sindical nesta quarta, em São Paulo, que irá debater os direitos da classe trabalhadora na América Latina.