Mais de seis mil trabalhadores de várias categorias participaram da passeata e do ato Grito de Alerta em Defesa da Indústria e do Emprego, realizado nesta quinta, 13 de agosto, em São Paulo, pela Força Sindical, UGT, CGTB e empresários da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquinas). Os manifestantes se concentraram na estação Paraíso do metrô e seguiram em passeata pela Avenida Paulista até o MASP, onde foi realizado o ato.
Miguel Torres, presidente do Sindicato, Força Sindical e CNTM, e o deputado federal Paulinho da Força estiveram à frente do protesto, organizado em conjunto com empresários do setor de máquinas. “Queremos alertar a sociedade para a necessidade do governo mudar sua política econômica para tirar o país da crise. Não existe país forte sem indústria forte e sem empregos de qualidade”, disse Miguel.
Os sindicalistas criticaram os aumentos dos juros, “que prejudicam a indústria, os trabalhadores, encarecem o crédito e a vida das empresas, geram desemprego e redução do poder de compra dos salários”.
O presidente da Abimaq, Carlos Pastoriza, ressaltou o caráter pacífico e apartidário do ato, “mas contundente em favor da indústria e do emprego. Não há como separar patrões e trabalhadores. A indústria não pode mais suportar o peso dos juros, o governo gasta compulsivamente e não deixa a indústria faturar e produzir”, disse ele, acrescentando, “não a esses juros pornográficos que matam empresas e trabalhadores, não para o câmbio desequilibrado, sim para o emprego, sim para o desenvolvimento do país e para que possamos renascer um país potência e não colônia”.
Paulinho da Força disse que empresários e trabalhadores precisam se unir porque a situação é muito grave. “Não podemos admitir um déficit de R$ 1,59 bilhão nas contas do governo, só nos seis primeiros meses deste ano. Esse é o nosso desafio, porque o governo virou as costas para a indústria e para o emprego. O governo mentiu nas eleições e gerou descrédito. Quando aumentam os juros tiram dinheiro da economia, das pessoas e levam para o sistema financeiro”, afirmou.
Segundo Paulinho, o governo tenta resolver a crise em cima da indústria e dos trabalhadores. “Mexeu no seguro-desemprego, tirou pensão das viúvas e, agora, o Renan (presidente do Senado) inventou um novo pacote, pra fazer o trabalhador pagar consulta quando for a um hospital público, impor uma idade mínima pra aposentadoria. É hora de unidade pra salvar o Brasil”, disse.
Miguel Torres disse que a crise vem crescendo sem que haja uma perspectiva de se acabar com ela. “Essa unidade nas ruas é necessária, porque o aumento da taxa de juros, da inflação, o desemprego estão levando o país a esta crise. Vamos tirar um documento conjunto – empresários e movimento sindical – e levar aos poderes em Brasília exigindo uma política industrial séria, de desenvolvimento, de geração de emprego, que faça o País crescer”, disse Miguel Torres.
Os empresários presentes destacaram a união entre capital e trabalho em defesa do setor produtivo e da retomada do desenvolvimento econômico do País.
O secretário-geral do Sindicato, Arakém, disse que “este é mais um dia histórico de luta em defesa dos empregos”.
A manifestação também contou com as presenças de estudantes, que criticaram o governo federal pelo corte de verbas da educação; representante do movimento negro, de mulheres e dos aposentados. Carlos Ortiz, presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados, da Força Sindical, defendeu o fortalecimento da Previdência Social e a valorização das aposentadorias.
No final do ato, todos, de mãos dadas e braços erguidos bradaram: “trabalhadores e empresários unidos jamais serão vencidos!”
Esta não é a primeira vez que empresários e trabalhadores se unem em defesa da indústria, da produção nacional, dos empregos e da qualificação profissional. Centrais sindicais e entidades empresariais já realizaram outros atos conjuntos e clamaram pela mudança nos rumos da economia. Clique nos links a seguir e confira os eventos anteriores.