As manifestações realizadas nesta quarta-feira pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, em defesa do emprego e contra demissão, na zona leste da capital, alertaram que a crise econômica pode ser uma das maiores que o País já viu e enfatizaram para a necessidade dos trabalhadores se mobilizarem.
“Temos que estar atentos e lutar por nossos empregos. Cada pessoa que fica desempregada para de consumir, porque precisa guardar o dinheiro, aí o comércio não vende, a empresa não produz e demite mais”, disse o presidente do Sindicato e da Força Sindical, Miguel Torres.
Os atos foram realizados em dois locais, um na Avenida Arno, na Mooca, com a participação de cerca de 3 mil trabalhadores de várias fábricas da região, e outro em Itaquera, com cerca de mil trabalhadores.
Miguel Torres criticou a política do governo, de aumento dos juros, impostos e corte de direitos trabalhistas e falou da luta que a Central e o Sindicato dos Metalúrgicos travaram em Brasília contra as medidas provisórias 664 e 665, que tiram direitos, das vigílias nas galerias do Congresso Nacional durante a votação das medidas e disse que “o governo está a serviço do capital especulativo, que só visa lucro, não investe e quando os juros baixam, tira o dinheiro e vai embora. É um crime o que o governo federal faz contra a Nação”.
Durante o ato na Mooca, Miguel Torres criticou a direção da Arno, que tentou impedir os trabalhadores de saírem da fábrica para a manifestação. Ele relatou que a empresa tem um código de ética rígido no Brasil, mas que, na Europa, os trabalhadores participam do conselho de representação da empresa e questionou porque ela não pratica este código aqui.
“Estamos denunciando a atitude da empresa à OIT (Organização Internacional do Trabalho), que está realizando sua conferência em Genebra, na Suíça”, disse Miguel Torres, que emendou: “se mandarem uma pessoa embora aqui, paramos a fábrica”.
Em Itaquera
Em Itaquera, os trabalhadores fizeram uma passeata de dois quilômetros pela Avenida Jacú Pêssego. Miguel Torres reafirmou a necessidade de mostrar para a sociedade que temos que enfrentar o desemprego. “Se não nos mobilizarmos vamos ter que organizar os desempregados. Temos que lutar por nossos direitos e por nossos empregos para sair da crise, que não fomos nós que criamos”.
Os diretores Rubens, Bombeirinho, Ninja, Adriano, Zé Luiz, Maurício Forte, Mala, Cristina, Josias e os coordenadores Mazuti e Noel foram responsáveis pela mobilização dos trabalhadores para o ato na Mooca, e os diretores Rodrigo, Emerson, Donizete, Yara e Uélio, mobilizaram os trabalhadores em Itaquera. As manifestações também contaram com o apoio do Sindicato das Costureiras de São Paulo e dos metalúrgicos de Guarulhos.
Manifestação em Itaquera, na Avenida Jacu Pêssego
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Próximas manifestações:
Dia 11 (5ª feira): Zona Sul
9h, na Rua Engº Francisco Pitta Brito, 138 – Jd. Promissão (terminal de ônibus próximo à Prada)
Dia 12 (6ª feira): Zona Oeste
8h, na Av. Jornalista Paulo Zing, 964, Jd. Jaraguá (em frente à Ind. Mecano Científica)