Temer sacrifica classe trabalhadora pra salvar a própria pele
A Medida Provisória do novo Refis, editada ontem, um dia antes da votação da denúncia contra o presidente Temer, demonstra o oportunismo, o desprezo e a falta de compromisso do governo para com o País e a maioria dos brasileiros, e a falácia dos argumentos de que as reformas, previdenciária e trabalhista, são necessárias para garantir o sistema de pagamentos dos benefícios no futuro e gerar empregos.
O que importa é se garantir no poder, custe o que custar.
O governo contingenciou verbas para a educação, saúde, segurança, pesquisa a fim de garantir a “ponte para o futuro”; liberou verbas de emendas parlamentares para ter votos a seu favor na Câmara e, agora, anistia dívidas de ruralistas, com desconto total dos juros, 25% nas multas, parcelamento do que sobrou em 15 anos, além de reduzir a alíquota da contribuição previdenciária do setor de 2% para 1,2%.
Como o governo justifica abrir mão de arrecadação tão necessária, depois de querer impor idade mínima de 65 anos para aposentadoria dos trabalhadores rurais e 25 anos de contribuição sob a crítica de que esses trabalhadores não contribuem efetivamente para o sistema e o setor tem déficit de mais de R$ 100 bilhões (Secretaria da Previdência Social)?
É indigna e vergonhosa essa política do governo, de ceder aos poderosos mesmo que para isso tenha que sacrificar a população mais pobre e os milhões de trabalhadores deste País.
Miguel Torres
Presidente do Sindicato, da CNTM e vice-presidente da Força Sindical