Vale lembrar que, no final da década de 1990, quem mandava na economia brasileira era o FMI e quem pagava eram os trabalhadores que viviam “pleno desemprego”, inflação retornando a patamares insuportáveis e ataques diretos a direitos da classe trabalhadora como, por exemplo, a reforma da Previdência que implantou o fator previdenciário sem que nenhum privilégio tenha sido tocado.
Tanto o povo quanto a classe média acuada resolveram se “jogar numa aventura”, elegendo um metalúrgico para comandar o País, um presidente que deu conta do recado com sobras, para o espanto de uma elite vira-lata que tinha certeza que o governo do “semi-analfabeto” seria um retumbante fracasso.
Ao enganar-se redondamente, esta elite iniciou o boicote a todas as boas iniciativas construídas com importante participação dos movimentos sociais e de trabalhadores. Iniciativas que, diga-se de passagem, foram na sua esmagadora maioria muito bem sucedidas, com distribuição de renda, empregos em alta, economia popular ativada e sensível diminuição da pobreza e da miséria.
O pré-sal foi um grande acontecimento, com a possibilidade de que os lucros fossem destinados à saúde, à educação e aos investimentos em tecnologia, e as centrais sindicais foram reconhecidas, conseguindo melhor se organizar para ações unificadas, e bons frutos vieram daí como, por exemplo, a política permanente de valorização do salário mínimo.
Mas isto não poderia continuar de forma nenhuma! Fazer do Brasil um País soberano e dono do seu destino? Jamais! É este o pensamento de uma “elite” que hoje, infelizmente, tem o respaldo de um governo federal voltado apenas aos interesses do “mercado”, que está colocando em prática suas promessas de continuar destruindo os direitos do povo brasileiro e da classe trabalhadora.
José Silva é diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes