Novo salário mínimo põe R$ 21 bi na economia


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Mais de R$ 21 bilhões entrarão na economia com o reajuste do salário mínimo, aprovado na última quarta-feira pelo plenário da Câmara dos Deputados, segundo expectativa do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese).

A tendência, para especialistas, é que os 47 milhões de brasileiros beneficiados diretamente pelo aumento de 6,86% — de R$ 510 para R$ 545 — gastem o dinheiro com bens essenciais. “Quem ganha um salário mínimo, normalmente, não tem condições de fazer poupança. Esse dinheiro adicional vai, principalmente, para alimentação e habitação”, diz o economista do Dieese, Sérgio Mendonça.

O valor previsto de R$ 545, que acumula um ganho real de 54,25% desde 2002, segundo o Dieese, também será importante para quitação de dívidas.

“As pessoas estão mais endividadas, a cesta básica está mais cara e o aumento do aluguel foi muito acima do reajuste do salário”, analisa o vice presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças Administração e Contabilidade (Anefac), Miguel de Oliveira.

Mas o maior impacto deve ser para a previdência social. “Estimamos que a parte correspondente à previdência deve ser da ordem de R$ 8,7 bilhões”, diz Mendonça, do Dieese. No País, 46% dos aposentados pelo INSS ganham um salário mínimo, segundo dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

Também haverá mudanças para os trabalhadores que ganham um salário mínimo e que ainda não se aposentaram. “A contribuição acompanha o aumento do salário, mas o impacto é pequeno, Apenas 20% do aumento, ou seja, R$ 7”, explica o advogado especialista em cálculo atuarial, Nilton Conde.