O país só entrou no trilho do desenvolvimento quando ouviu os trabalhadores, quando negociou com as centrais sindicais e traçou uma meta de desenvolvimento para o salário mínimo e os aposentados.
Com a unidade do movimento sindical, o Brasil começou a se desenvolver, a sair da linha financista e a definir ações voltadas para os trabalhadores. Quando o governo investiu no trabalhador, aumentou o salário mínimo, o País produziu mais, gerou empregos.
Na crise financeira global, a primeira atitude das empresas era demitir. Nós mostramos que se elas garantissem os empregos e investissem, sairíamos da crise; negociamos com o governo Lula anistia fiscal e mais crédito para as empresas. Tudo isso ajudou nossa economia.
Foi graças à unidade das centrais sindicais que os trabalhadores avançaram; conquistamos uma política de valorização do salário mínimo, de correção anual para a tabela do Imposto de Renda, avançamos nas questões sociais. Não podemos permitir que após tanta luta, no primeiro ano de mandato a presidente Dilma freie essas medidas.
A presidenta está ilhada por uma equipe econômica que só pensa no capital especulativo. Ela precisa sair desse isolamento e ouvir os trabalhadores.
Este não é só o primeiro ano de um governo, é a continuidade de medidas para o desenvolvimento. O que está em jogo não é só a correção da tabela do Imposto de Renda, o aumento do mínimo e das aposentadorias, mas a política econômica que vamos ter: vai ser a do capital especulativo ou a do desenvolvimento, de combate à pobreza?
A categoria metalúrgica não ganha salário mínimo, mas temos que olhar para os mais de 45 milhões de trabalhadores e aposentados do País que vivem com esse salário.
A não correção da tabela do Imposto de Renda é um confisco nos salários. A maioria das categorias teve em torno de 9% de aumento salarial em 2010, e esse aumento será engolido se a tabela não for corrigida.
A pauta trabalhista está em risco. Se querem nos enquadrar agora, como ficará a questão das 40 horas, do trabalho terceirizado e precário, do fim do fator previdenciário? A linha que o governo adotar agora vai definir a política nos próximos anos.
O deputado federal Paulinho da Força está comandando uma pressão no Congresso Nacional para evitar que o governo sufoque esta batalha. Por isso, outras manifestações vão acontecer, envolvendo todas as categorias.
Esta é uma luta não só dos metalúrgicos, mas de todos os trabalhadores, aposentados e desempregados do País.