Obras da térmica são paralisadas

3ª VEZ NO ANO

Diário do Nordeste

José Leomar
Trabalhadores recusaram proposta de incremento mensal de R$ 300 sobre o salário base de setembro até dezembro

Requerendo adicional de periculosidade, os sete mil operários do empreendimento deliberaram pela greve

Os 7 mil operários da Usina Termelétrica Pecém I (UTE Pecém I), de propriedade da portuguesa EDP e da brasileira MPX, de Eike Batista, estão em greve. A decisão foi tomada ontem durante assembleia promovida pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção de Estradas, Pavimentação e Obras de Terraplanagem do Estado do Ceará (Sintepav-CE), que representa os empregados do consórcio Mabe, responsável pelas construções. Reivindicando 30% referente ao adicional de periculosidade sobre os salários, esta é a terceira vez que a categoria paralisa as atividades do empreendimento em 2011.

E, desta vez, a UTE Pecém I tem mais uma complicação para que a sua construção seja retomada. Segundo contou o presidente do Sintepav-CE, Raimundo Gomes, as oito empresas do consórcio afirmaram que, caso a proposição apresentada aos sindicalistas não fosse aceita, elas “zerariam as propostas e toda a negociação teria de começar novamente”.

“Nossa reunião com a diretoria das empresas acabou nesta madrugada (entre os dias 19 e 20 de setembro). De lá, viemos direto para o canteiro, saber o que a população achava, e os trabalhadores escolheram lutar pela periculosidade para todos agora, já”, disse o presidente do Sintepav-CE.

30% garantidos

Durante toda a tarde e início da noite de ontem, os sindicalistas ficaram reunidos com representantes das empresas, tentando chegar a um acordo. Até o fechamento da edição, os trabalhadores tinham garantido o adicional de 30%, que será levado para a assembleia de hoje, de forma que seja decido pela continuidade, ou não, da greve.

A possibilidade de uma paralisação foi levantada e, posteriormente, divulgada pelos sindicalistas desde a semana passada. A Energia Pecém não se pronunciou sobre a greve até o fechamento da edição.

ARMANDO DE OLIVEIRA LIMA
REPÓRTER