Agora
Fonte: Folha de S.Paulo
O governo deve anunciar hoje mudanças na regra de correção das poupanças para facilitar a queda dos juros.
O novo modelo poderá valer só para novos depósitos nas cadernetas, evitando a crítica de que haverá quebra de contratos já estabelecidos.
O assunto foi discutido ontem pela presidente Dilma Rousseff com o ministro Guido Mantega (Fazenda), e com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini.
Dilma convocou para hoje reuniões com sindicalistas, líderes da base aliada e empresários para buscar apoio.
Na reunião de ontem, várias ideias foram apresentadas. Entre elas, a que prevê que a remuneração da poupança será equivalente a um percentual da Selic, a taxa básica de juros da economia. Esse percentual poderia ser único ou escalonado, dependendo do nível da Selic.
Outra possibilidade, que valeria para aplicações velhas e novas, é a cobrança de Imposto de Renda.
Hoje o ganho das cadernetas é isento. Em 2009, o governo tentou taxá-las, mas recuou.
Também foi proposta a correção com base em um índice de preços. A decisão final ficou para Dilma.
O medo de Dilma é a repetição do que ocorreu com Lula, quando a mudança foi vista como algo negativo.
Assim, ela iniciou uma ofensiva contra os juros altos dos bancos privados ao determinar que os públicos baixassem suas taxas.
Segundo a reportagem apurou, o anúncio deve ser hoje, mas haveria uma última avaliação ontem: Dilma pode apresentar a decisão da mudança ou um modelo fechado. De qualquer forma, a mudança será feita por medida provisória.
Dilma convocou também 30 empresários dos mais variados setores para discutir apoio contra os juros altos dos bancos privados.