“O IBGE acaba de divulgar que a miséria não para de crescer no País.
Em 2016, tínhamos 13,34 milhões em situação de extrema pobreza. No ano passado passamos a ter 14,83 milhões. Em apenas um ano caíram na miséria em torno de 1,5 milhão de brasileiros.
Mesmo assim tem gente que parece estar anestesiada, fingindo que as coisas estão melhorando e desdenhando das ações de resistência que colocamos em prática para tentar evitar exatamente o que infelizmente está ocorrendo: desesperança, queda da renda, desemprego, pobreza, miséria, aumento da violência e caos social.
Um dos motivos para tal crescimento da miséria é o fechamento de postos de trabalho com carteira de trabalho assinada, que historicamente sempre foi importante para dar garantias e uma segurança a mais para as famílias de trabalhadores.
Isto significa que a terceirização e a reforma trabalhista, que praticamente destruíram a CLT, foram e são nefastas para a sociedade brasileira, não geram emprego de qualidade, causam mais desemprego e jogam mais e mais pessoas na miséria e no abandono das ruas.
Sem esquecer as outras barbaridades cometidas pelo atual governo: congelamento por 20 anos dos investimentos sociais, privatizações e venda do patrimônio, setores estratégicos e riquezas naturais do País.
A saída para barrar tamanho retrocesso está em nossas mãos, nas lutas de resistência contra tudo o que fizeram e fazem este atual governo, impopular e entreguista, e seus aliados do atraso no Congresso Nacional.
A saída está também na defesa da estrutura de lutas do movimento sindical para a classe trabalhadora, na defesa da democracia e da Constituição do Brasil, pela garantia de eleições gerais neste ano de 2018 e em protesto contra a perseguição e violência aos movimentos sociais e a líderes políticos históricos, populares e progressistas, como o ex-presidente Lula.
Necessitamos, portanto, acelerar o diálogo com todos os setores organizados e produtivos da sociedade e apresentar um projeto de desenvolvimento econômico para que os candidatos ao Congresso Nacional e aos governos estaduais e à presidência assumam o compromisso de colocá-lo em prática de forma urgente e permanente.
Os que merecerem o voto popular terão nosso apoio, mas continuaremos cobrando a anulação da reforma trabalhista, a não votação da reforma impopular da Previdência, a retomada do crescimento, a industrialização, a geração de empregos de qualidade para todos, a distribuição de renda, a volta dos investimentos sociais e o fim da pobreza e da miséria no País.
O futuro digno e soberano que almejamos deve ser construído já, aqui e agora, com a responsabilidade que temos como representantes dos trabalhadores. Precisamos abrir os braços para ajudar a população mais injustiçada, que está na pobreza e na miséria graças à ganância dos poderosos que não tem nenhuma ideia de nação nem compromisso com o desenvolvimento do Brasil.
A Luta faz a Lei!”.
Miguel Torres
presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM), vice-presidente da Força Sindical e líder do movimento Brasil Metalúrgico.