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Ponto de Vista

“Pode parecer artificial falar da relação econômica e social do povo chinês, tendo como base apenas os quinze dias de visita que fiz às fábricas,estabelecimentos comerciais e pontos turísticos, acompanhado por representantes do sindicato local.

Mas, creio que é uma questão de ponto de vista, ou seja, depende de como se olha a coisa, quais exemplos queremos tirar, ou qual a teoria política que pretendemos alimentar, uma vez que – e é importante ressaltar -algumas informações que recebemos aqui no Brasil sobre a China, pude verificar que não correspondia com a verdade.

Nos locais que visitei, por exemplo, o salário-mínimo que disseram ser de 80 dólares, na verdade era de 200 dólares, a jornada de trabalho que era excessiva, onde visitei, constatei ser de 40hs semanais.

Questões como a falta de liberdade e a escravidão, que a mídia aqui no Brasil alega existir, deve ser realmente sob o ponto de vista da perspectiva que olhamos. Não vou negar a sua existência, mas, caso exista, se evidencia de forma clandestina, bastante camuflada. O que pude realmente ver, foram pessoas vendendo livremente produtos nas ruas, pessoas de características dinâmicas e inteligentes, de semblantes bem humorados, pessoas de iniciativas e etc…

A liberdade está presente para as multinacionais e principalmente para o investidor chinês, que deseja criar a sua empresa.

Gostaria de lembrar que uma das principais críticas que se fazia ao socialismo soviético, era a falta de liberdade para se exercer a livre iniciativa.

Entendo que esta questão foi bem resolvida pelos chineses, e que eles não somente incentivam a livre iniciativa, como a exploram de forma inteligente. Sim, procuram tirar proveito da capacidade individual e estimulam o crescimento intelectual das pessoas, propiciando desta forma, um rendimento produtivo crescente para o Estado.

Acredito mesmo, que foi a falta de liberdade, parte importante dos erros cometidos pelo sistema socialista soviético, ao impedir que o homem desenvolvesse seu potencial empreendedor “capitalista”.

O que mais ouvi dos representantes sindicais, como do governo chinês, foi a necessidade de formação e qualificação do trabalhador, que eles chamam “trabalhador de alta tecnologia”. Buscam desenvolver a capacidade intelectual das pessoas – verdadeira caça aos talentos -, identificar as que se destacam, e premiar as pessoas que contribuem de alguma forma para o crescimento do Estado.

O estado chinês é controlador? Pelo que pudemos perceber, o Estado é presente na saúde, na educação,na cultura, na moradia, e nos setores econômicos como transporte e construção civil, ou seja, está presente no cotidiano da vida de 1 bilhão e 300 milhões de cidadãos.

No entanto, devo reconhecer que minhas observações são limitadas, diante do gigantesco universo de mais de um bilhão de pessoas e da imensidão geográfica do estado chinês.

Saliento contudo, que é notória a presença de espírito e a força de vontade dos representantes do Estado e dos sindicatos chineses para a busca de soluções dos problemas, marcados pelos compromissos assumidos – como por exemplo o Trabalho Decente – no Fórum Sindical Mundial, que participei em Pequim”.

Luis Carlos de Oliveira, o Luisinho, Coordenador do Departamento de Saúde e Segurança do Trabalho do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e membro da Direção Nacional da Força Sindical