Fotos Paulo Segura Paulinho, Miguel Torres, Juruna com representantes dos portuários no navio ocupado |
Os sindicatos dos portuários tomaram na madrugada desta segunda-feira o navio chinês Zhen Hua 10, que transportava portender, equipamento a ser instalado no terminal da Embraport, no porto de Santos, para retirar contêineres dos navios.
A ocupação faz parte da mobilização contra a medida provisória dos portos e contou com a participação de Paulinho da Força, deputado federal, Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Juruna, secretário-geral da central e diretores do Sindicato.
Segundo Miguel Torres, o navio trouxe 27 trabalhadores chineses para descarregar a carga, mas os portuários não permitiram. “Os chineses não têm licença para trabalhar aqui no Brasil, além disso, toda mão de obra utilizada nos portos é administrada pelo órgão gestor (Ogmo). Na prática, esses empresários estão fazendo uso da medida provisória que estamos repudiando antes mesmo dela ser votada no Congresso”, afirma Miguel Torres.
Os trabalhadores tentam reverter novas regras para contratação de mão de obra avulsa instituída pela MP 595, que foi editada em 5 de dezembro.
Eles iniciaram hoje uma mobilização nacional para tentar mudar o texto enviado pelo governo ao Congresso Nacional. O principal ponto de reclamação dos portuários é o fim da obrigatoriedade para que os terminais privados contratem mão de obra avulsa.
Os trabalhadores acham que a medida quebra a reserva de vagas de trabalho destinada aos trabalhadores avulsos.
O terminal da Embraport, que está sendo construído no porto de Santos, será um dos maiores terminais de contêineres do Brasil. Os equipamentos que chegaram na semana passada serão utilizados na movimentação de contêineres.
Os sindicatos querem negociar com a Embraport um compromisso de contratação da mão de obra avulsa quando o terminal começar a operar.
A reportagem não conseguiu contato com a assessoria de imprensa da Odebrecht, que está construíndo o terminal.
CRONOGRAMA
Nesta terça-feira (19), em Brasília, os sindicatos da categoria portuária farão um encontro nacional, com objetivo de montar uma agenda de mobilizações contra a MP.
Os sindicatos prometem uma paralisação de seis horas no porto de Santos na próxima sexta-feira. O porto de Santos é o maior do país, por onde passaram 25,8% do comércio exterior em 2012.
Segundo Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), se as negociações não avançarem até meados de março, a categoria entrará em greve.
Juruna, Miguel, Paulinho, Luisinho na travessia até o barco chinês |