A sujeira da troca de favores e da compra de apoios já está a pleno vapor e deve se intensificar nas próximas semanas
Por redação
O governo golpista de Temer apresentou sua nova proposta de reforma da Previdência na quarta (22). Um típico jantar do andar de cima reuniu, no Palácio do Planalto, parlamentares apoiadores do golpe e a cúpula do governo federal. Arthur Maia (PPS), deputado relator da PEC, apresentou alguns pontos de recuo do governo em relação à proposta inicial, tão criticada pela maioria do povo brasileiro.
A reforma da Previdência, que retira direitos fundamentais dos trabalhadores, é ponto central da estratégia do governo federal. Sua não aprovação até o momento demonstra a capacidade de resistência da sociedade, o que deve ser comemorado como uma vitória. A elaboração de uma nova proposta, mais branda, sinaliza que a derrota total do governo é possível. É hora de avançar e não permitir que mais nenhuma reforma contrária aos interesses do povo seja aprovada por esse governo ilegítimo.
Além do jantar, Temer se reuniu com governadores e prefeitos para tentar convencê-los. E a sujeira da troca de favores e da compra de apoios já está a pleno vapor e deve se intensificar nas próximas semanas. O governo já indica políticos indecisos para cargos e abrirá a torneira do dinheiro público com o objetivo de conquistar os 308 votos necessários para a aprovação da proposta na Câmara.
Todos a postos para essa disputa
Ao mesmo tempo, a grande mídia deve entrar no jogo. As próximas semanas serão de bombardeio por parte da Globo e companhia, para tentar convencer a sociedade de que a reforma é necessária e positiva. Para isso, o Congresso aprovou o desvio de quase R$ 100 milhões para o governo federal investir em campanhas sobre o tema.
Toda essa movimentação pretende criar o clima para que a PEC seja aprovada ainda este ano, em dezembro. O governo tem pressa, pois o recesso legislativo de final de ano e as eleições de 2018 encurtarão bastante o período de manobra. Se não conseguir o apoio necessário para a votação ainda em 2017, tudo indica que Temer não conseguirá aprovar a reforma, já que em ano eleitoral deputados e senadores não deverão se animar a votar em matéria tão impopular.
Do lado de cá, centrais sindicais e movimentos populares reafirmam que não aceitarão que mexam na aposentadoria dos brasileiros. Todos a postos para a reta final dessa disputa, que precisa e será vencida pelo povo.