Dirigente diz que centrais têm consenso em torno de propostas como redução da jornada e fim do fator previdenciário. Mas manifesta preocupação com desemprego e inflação
O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, apoiou Aécio Neves (PSDB) e admite certa frustração com o resultado da eleição. Mas, independentemente do governo eleito, ele avalia que as centrais continuarão alinhadas em torno de reivindicações comuns, como a redução da jornada e o fim do fator previdenciário. “O movimento sindical tem esse compromisso de unidade na luta. Nossas bandeiras já são conhecidas”, afirma, citando ainda questões como a política de valorização do salário mínimo, a correção da tabela do Imposto de Renda, valorização das aposentadorias e combate à terceirização. “Acho que o movimento sindical não vai se dividir nisso.”
Mesmo na Força, houve quem apoiasse a candidatura de Dilma Rousseff (PT), caso, por exemplo, do secretário-geral da entidade, João Carlos Gonçalves, o Juruna. Os dirigentes da central afirmam que o contraditório é comum e bem assimilado da Força. Torres disse esperar que os apoiadores de Dilma façam pressão no governo para atendimento das reivindicações trabalhistas. “Na questão do Aécio, íamos ter essa responsabilidade. Independentemente do governo, íamos ter de fazer pressão.”
Para o sindicalista, além de itens da pauta já apresentada ao governo no atual mandato, outras questões causam preocupação, como o desemprego, “que começa a dar sinais de retomada”, a inflação, “que começa a penalizar os trabalhadores”, e a questão da indústria, setor ameaçado de “sucateamento”. Na cadeia produtiva, diz Torres, cada emprego na área industrial é responsável por outros sete.