Jornal da Tarde
Luciele Velluto
O Procon-SP começou a notificar os bancos públicos e privados para que prestem esclarecimentos em relação às reduções de juros anunciadas recentemente. De acordo com a entidade, as instituições financeiras não foram claras quanto a prazos, taxas e condições para que o consumidor possa ter acesso as linhas de crédito que tiveram o custo do empréstimo reduzido.
“Nem tudo pode ser detalhado na publicidade apresentada pelos bancos, mas as condições e elementos essenciais precisam ficar claros”, explica Paulo Arthur Góes, diretor executivo do Procon-SP. Os bancos públicos já responderam ao Procon-SP e os dados estão em análise. As instituições privadas ainda receberão a notificação do órgão.
Segundo Góes, isso está relacionado ao fato de muitas das reduções de juros só serem acessíveis a clientes que já têm relacionamento com o banco. “A informação chama atenção do consumidor, mas obter aquela determinada taxa de juros não se concretiza porque é preciso ter pontuação ou um perfil. Na maioria das vezes, esse perfil é para quem não precisa de dinheiro”, diz Góes.
Para facilitar a pesquisa pelo consumidor, o Procon-SP divulgou uma tabela com o juros mínimos e máximos cobrados pelos bancos a partir dos últimos anúncios de redução de taxas (não inclui a redução feita ontem por Bradesco e Santander). Góes recomenda que o consumidor faça a comparação a partir da taxa máxima, pois essa será a obtida pela maioria das pessoas que não tem relacionamento com o banco.
Outra dica é que o consumidor pesquise antes de mudar a dívida de banco. “Os juros devem ser interessantes dentro de um mesmo prazo da dívida. Se o prazo for alongado não é portabilidade, é outro financiamento”, diz Góes.
Dos bancos, só o Itaú se pronunciou: “O Itaú Unibanco efetivamente reduziu os juros para diversas linhas de crédito. As informações podem ser acessadas por meio do SAC, internet, agências e pontos de atendimento”.
Ontem, o Bradesco anunciou nova redução de juros para clientes com a Conta Fácil. A taxa mensal máxima do cheque especial caiu de 8,90% para 4,70%. No crédito rotativo do cartão de crédito, o juro máximo baixou para 4,70%. A taxa máxima para uso do limite de crédito pessoal caiu de 7,31% para 4,70%. No Santander, a taxa mínima do especial foi de 4% para 3,5% ao mês e a máxima, de 8% para 4,90%. No crédito pessoal, a taxa máxima baixou de 6,97% para 4,90%.