Fale com o Presidente Miguel Torres
11 3388.1073 Central de Atendimento 11 3388.1073

Produção industrial fica estagnada em outubro, mostra IBGE

16 dos 24 ramos pesquisados registraram queda em outubro.

Setor industrial acumula queda de 3% em 10 meses do ano.

Cristiane Cardoso e Marta Cavallini
Do G1, no Rio e em São Paulo

A produção da indústria nacional ficou estagnada em outubro, na comparação com o mês anterior, segundo dados divulgados nesta terça-feira (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Houve variação nula em relação a setembro.

Assim, o setor industrial acumula queda de 3% nos 10 meses do ano. No acumulado dos últimos 12 meses, o recuo é de 2,6%, o mais intenso desde setembro de 2012, quando a queda foi de 2,9%. Em relação a outubro de 2013, a queda é de 3,6%.

Resultado do mês
Segundo André Luiz Macedo, gerente da Coordenação de Indústria do IBGE, o resultado estável de outubro não altera a tendência de queda do setor.

“Embora haja estabilidade, já há claramente um predomínio de resultados negativos. Embora haja repetição do patamar que a indústria operava no mês anterior [-0,2% em setembro], já há um número evidente de segmentos mostrando algum tipo de recuo nessa produção”, diz Macedo.

De acordo com o levantamento, 16 dos 24 ramos pesquisados registraram queda em outubro em relação a setembro.

“Aqui [no resultado do mês de outubro] não há nenhum tipo de influência de efeito calendário. Esse é o oitavo mês consecutivo de queda para esse tipo de comparação para a indústria geral. Tenho todas as categorias econômicas com resultados negativos [na comparação com outubro de 2013]”, analisou o especialista. De acordo com ele, a soma bens intermediários com bens de capital se refere a cerca de 70% do total da indústria.

O especialista do IBGE acrescentou que, de março a junho, o total da indústria mostrou uma perda acumulada de 3,2%. No entanto, de junho a outubro, houve um ganho acumulado de 1%. “Mesmo com algum tipo de melhor, é insuficiente para repor as perdas concentradas de março ao mês de julho”, diz Macedo.

“Claro que há redução da demanda doméstica, da demanda interna. E combinado com a questão dos estoques mais acentuados, justifica muito desse comportamento mais moderado que a indústria mostra nesses últimos meses [setembro e outubro]”, afirma.

Influências negativas
As principais influências negativas em outubro em relação a setembro partiram de produtos farmacêuticos e farmoquímicos (-9,7%), veículos automotores, reboques e carrocerias (-2,2%), atividades de produtos de minerais não-metálicos (-2,1%), produtos de borracha e material plástico (-1,7%), couro, artigos de viagem e calçados (-3,2%), produtos do fumo (-6,2%) e bebidas (-1,3%).

“Outro impacto negativo importante fica com setor de veículos automotores. Essa atividade mostra queda de 2,2%, lembrando que vinha de dois meses com resultados positivos. Tem resultado semelhante ao total da indústria. De março a junho houve queda acentuada (28,1%). Ou seja, mesmo com melhora recente de julho a outubro, ainda assim foi insuficiente para repor as perdas”, diz Macedo.

Influências positivas
Por outro lado, entre os seis ramos que ampliaram a produção no mês de outubro, o principal desempenho veio dos produtos alimentícios (2,5%). Os setores de equipamentos de informática, produtos eletrônicos e ópticos (4,7%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (0,9%) e outros equipamentos de transporte (5,0%) também exerceram impacto positivo.

Categorias econômicas
Na análise das categorias econômicas, bens intermediários (0,0%), como papel e vidro, e bens de capital (0,0%), como máquinas, acompanharam o resultado do total da indústria. Já os setores produtores de bens de consumo duráveis, como carros, e de bens de consumo semi e não-duráveis, como roupas e alimentos, tiveram queda de -0,8% e -0,6%, respectivamente.

Acumulado de 10 meses
No índice acumulado para os 10 meses do ano, a queda de 3% engloba três das quatro grandes categorias econômicas, 19 dos 26 ramos, 58 dos 79 grupos e 63% dos 805 produtos investigados. Entre os setores, o principal impacto negativo veio dos veículos automotores, reboques e carrocerias (-18,0%). Por outro lado, entre as sete atividades que ampliaram a produção, as principais influências partiram de indústrias extrativas (5,5%), coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (3,2%) e produtos farmacêuticos e farmoquímicos (5,4%).

Entre as grandes categorias econômicas, o menor dinamismo veio de bens de consumo duráveis (-9,6%) e bens de capital (-8,8%), pressionadas pela redução na fabricação de automóveis (-16,7%), na primeira, e de bens de capital para equipamentos de transporte (-16,6%), na segunda. Por outro lado, o setor produtor de bens de consumo semi e não-duráveis (0,2%) foi o único que apontou taxa positiva.

Comparação com 2013
Na comparação com outubro de 2013, a queda de 3,6% engloba as quatro grandes categorias econômicas. Além disso, 23 dos 26 ramos apontaram redução na produção. Os veículos automotores, reboques e carrocerias tiveram recuo de 16,5% e foram a maior influência negativa.

Por outro lado, entre as três atividades que aumentaram a produção, os principais impactos foram observados em indústrias extrativas (6,4%) e coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (6,3%). Entre as grandes categorias econômicas, bens de capital (-11,4%) e bens de consumo duráveis (-9,4%) assinalaram as quedas mais acentuadas.