Uma audiência pública organizada pelas centrais sindicais na Assembléia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALRJ) e a apresentação do documento “Desenvolvimento Sustentável com Trabalho Decente”, subscrito por elas, marcaram o primeiro dia de ativismo do sindicalismo brasileiro na Conferência das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustentável – RIO+20, realizada na cidade do Rio de Janeiro entre os dias 13 e 22 de junho.
Na declaração, lida por Ruth Coelho Monteiro – secretária nacional de Cidadania e Direitos Humanos da Força Sindical – União Geral dos Trabalhadores (UGT), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) assumem no Brasil que o movimento sindical mundial está empenhado em obter resultados na conferência que possam mudar a vida dos trabalhadores, conforme a introdução da carta comum entre as quatro organizações sindicais.
O clima de integração apontado no texto foi crescendo na medida em que os representantes das centrais expressavam o pensamento unitário vigente e provocavam reações espontâneas do público que lotou o auditório do prédio anexo da ALRJ, no Centro do Rio.
Nilson Duarte Costa, da UGT, manifestou a preocupação com um mundo melhor, em que o dilema entre preservação ambiental e desenvolvimento sustentável seja superado. O ugetista lembrou que 20 anos atrás, na Eco-92, a temática era a mesma, mas hoje o Brasil já ocupa a quinta posição entre os que mais utilizam agrotóxicos.
Francisco Dal Prá, presidente da Força Sindical carioca, levantou a platéia ao denunciar o desprezo da mídia e dos deputados – ausentes no evento – com o que pensam os trabalhadores, a maioria da população. Ele exortou as lideranças ali presentes a protestar da maneira tradicional, que ir às ruas e denunciar as injustiças.
Nair Goulart, vice-presidente nacional da Força e presidente adjunta da Confederação Sindical Internacional (CSI), ratificou os termos da carta, destacando a unidade na ação entre as centrais sindicais.
Fernando Bandeira, da Nova Central, cobrou mais respeito ao meio ambiente e disse que o caos no transporte coletivo transformou o Rio de Janeiro em São Paulo. Sebastião Soares, também da NCST, fez ver que das 94 propostas elencadas na Eco-92, que também se realizou no Rio de Janeiro, somente quatro foram encaminhadas. Ele acusou os países centrais de invejar o desenvolvimento brasileiro, afirmando que é preciso reverter as condições precárias e desumanas em que vive a maioria da população.
Vestindo camiseta que propagandeava a unicidade sindical, Paulo Farias, da CTB, falou sobre a água para levantar a questão da soberania nacional. Ele fez alusão à força das águas, que desperta a cobiça de empresas estrangeiras, assinalando que o Brasil tem nela a principal fonte de geração de energia, a chamada energia limpa.
Superintendente do Trabalho e Emprego do RJ, Antônio Albuquerque, fez menção ao deputado Paulo Ramos – proponente da audiência – ao dizer que é dever do gestor público participar de encontros que busquem soluções para os problemas. Falando em fiscalizar o trabalho dos parlamentares, o representante do Ministério do Trabalho e Emprego disse que enquanto votamos de quatro em quatro anos, os deputados votam todos os dias.