Convocadas por sindicatos e movimentos sociais, manifestações, em ao menos 24 estados e no Distrito Federal, reuniram milhares de pessoas. Mudança na CLT que entra em vigor no sábado.Milhares de pessoas protestaram nesta sexta-feira (10/11), em pelo menos 24 estados do país e no Distrito Federal, contra as reformas trabalhista, que entra em vigor neste sábado, e previdenciária. Os atos foram convocados pelas centrais sindicais e movimentos sociais
O maior protesto ocorreu no Rio de Janeiro. Centenas de pessoas partiram em passeata da Igreja da Candelária até a Cinelândia. O presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT) do Rio, Marcelo Rodrigues, afirmou que os atos em todo o país visam protestar contra as perdas impostas aos trabalhadores.
“O dia de hoje é para dizer que não vamos aceitar calados essa reforma trabalhista no país. Nós vamos para as ruas para anular ela. As perdas trabalhistas são a volta da escravidão”, afirmou Rodrigues.
O policiamento foi reforçado no Rio de Janeiro. Atos ocorreram também próximo à prefeitura da cidade, na zona portuária, na Casa da Moeda e em frente a Eletrobras, onde os manifestantes protestavam contra a privatização da estatal. Na ponte Rio-Niterói, um carro foi incendiado e na avenida Francisco Bicalho, no centro, foram queimados pneus.
Em São Paulo, centenas de pessoas se reuniram na Praça da Sé e partiram em passeata até a Avenida Paulista. Cartilhas sobre os impactos da reforma foram distribuídas à população.
“Nós queremos construir alguma coisa que seja equilibrada. Essa reforma é essencialmente empresarial. Nada contra os empresários, mas não tem nenhum artigo que tenha um foco social ou olhar sindical”, criticou o presidente da União Geral dos Trabalhadores (UGT), Ricardo Patah.
Em Brasília, os manifestantes se reuniram na Esplanada dos Ministérios. A Polícia Militar (PM) estima que o ato reuniu cerca de 150 pessoas. Foram coletadas ainda assinaturas para um projeto de inciativa popular que pede a revogação da reforma trabalhista.
Em Maceió, cerca de 5 mil pessoas foram às ruas contra a reforma. Em Manaus, o protesto reuniu 700 pessoas. Em São Luís, os manifestantes levaram um caixão na passeata e pediram também o fim do trabalho escravo.
Em Recife, o ato contou com 5 mil manifestantes. Em Curitiba, o protesto reuniu cerca de 300 pessoas no centro da cidade. Belo Horizonte, Salvador, Porto Alegre estão entre as capitais onde ocorreram manifestações.
Aprovada em julho pelo Congresso, a reforma trabalhista foi alvo de intensos debates na política brasileira. Defendida pelo governo como uma forma de flexibilizar a legislação, corrigir distorções e facilitar contratações, o projeto é visto pelos críticos como uma forma de precarizar ainda mais o mercado de trabalho e enfraquecer a Justiça trabalhista. Eles dizem também que a promessa de criar mais empregos é uma miragem.