Luciele Velluto
O pagamento do 13º salário a partir do próximo mês deverá injetar R$ 102 bilhões na economia nacional. Em comparação com o que foi pago em 2009, que alcançou os R$ 85 bilhões, o montante deste ano é 20% maior. O valor pago no fim de 2010 corresponde a 2,9% do Produto Interno Bruto (PIB) do País. Para São Paulo, a expectativa é da entrada de R$ 31 bilhões.
O estudo foi feito pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Os dados apontam que o número de pessoas com direito a receber o 13º salário em 2010 cresceu 5,8%. Ou seja, mais 4,9 milhões de trabalhadores receberão o abono no final deste ano.
O coordenador de relações sindicais da entidade, José Silvestre Prado de Oliveira, explica que o crescimento do volume a ser pago com o 13º salário se deve aos aumentos salariais ocorridos ao longo de 2010 e também pelo aumento do emprego formal no País. “Apenas o salário mínimo teve um aumento de 9,68%, o que faz o 13º subir. Além dos trabalhadores formais com reajuste por causa da correção do piso nacional, aposentados e pensionistas do INSS também receberão mais no fim do ano”, afirma.
Neste ano, diversas categorias também conseguiram aumentos salariais consideráveis, como os metalúrgicos das montadoras que tiveram 10,8% de reajuste (*) e os bancários com 7,5%. Esses índices também irão refletir no valor extra a ser pago ao final de 2010.
O professor de Finanças da Fundação Instituto de Administração (FIA), Keyler Carvalho Rocha, explica que a injeção desse dinheiro no mercado local vem a contribuir para o crescimento da economia brasileira. “Aumenta a capacidade de compra dos consumidores e gera mais vendas, mais produção e mais emprego”, cita como pontos positivos. No entanto, com mais dinheiro no bolso do consumidor, cresce a procura por produtos, o que pode pressionar os preços e ameaçar o controle da inflação, diz o especialista.
(*) o trecho foi grifado pela Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes