Os sindicalistas encheram as dependências da Câmara nesta terça-feira (14), dia de maior movimentação na Casa, para intensificar a campanha pela redução da jornada de trabalho. Eles distribuíram panfleto aos parlamentares mostrando “a importância e os benefícios da redução da jornada de trabalho sem redução de salários” e cobram “empenho” de cada parlamentar para aprovação do projeto.
A proposta de emenda à Constituição de 1995, de autoria do então deputado e hoje senador Inácio Arruda (PCdoB-CE), já foi aprovada em uma comissão especial do Congresso. Além da redução da jornada de trabalho sem perda de salário, a PEC 231 prevê ainda o aumento de 50% para 75% no valor das horas extras trabalhadas.
Outro argumento apresentado no texto distribuído aos parlamentares é o de que, segundo pesquisa de 2008, do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), a mudança pode criar até dois milhões de novas vagas no mercado de trabalho.
E diz ainda que “a redução da jornada em apenas quatro horas semanais – das atuais 44 para 40 horas -, proporcionará a brasileiros e brasileiras mais tempo para dedicarem-se a atividades que, embora fora de seus locais de trabalho, estão diretamente ligadas às suas tarefas cotidianas e, por isso, ajudarão na melhoria de sua qualidade de vida e de seu desempenho profissional”.
No documento, as centrais sindicais destacam ainda que entregaram ao Congresso, em junho de 2008, 1,5 milhão de assinaturas em apoio à mudança, destacando que a matéria é de interesse da maioria do povo brasileiro. As seis centrais sindicais que estão unidas nessa campanha representam mais de 60 milhões de pessoas em suas bases.
A última vez que houve redução da jornada de trabalho foi há 23 anos, durante a Assembleia Constituinte que elaborou a Constituição de 1988.
De lá para cá, lembram os sindicalistas, os índices de produtividade e de lucratividade aumentaram consideravelmente, “o que fará da redução da jornada de trabalho sem redução de salários um novo estímulo à atividade econômica”.
Fonte: Diap (Departamento Intersindical de Assessoria Palamentar)