Os companheiros da Italspeed, fabricante de rodas na zona sul, lutaram com dignidade pelos seus direitos e enfrentaram a truculência patronal, que voltou atrás no acordo feito com o Sindicato e demitiu trabalhadores.
Sob a liderança do diretor do Sindicato Carlos Augusto, o Carlão, eles pararam nos dias 28 e 29/2, porque a empresa queria diminuir o valor da segunda parcela da PLR, acordado em R$ 500, e ainda parcelar o pagamento. A empresa endureceu, demitiu 12 e deu aviso prévio para 40.
O pessoal não se intimidou, manteve a greve, até que a Italspeed propôs, e os trabalhadores aceitaram, o cancelamento das demissões; aumento da PLR para R$ 600, em duas parcelas; regularização das férias vencidas, dos depósitos do FGTS e não desconto dos dias parados.
Outras três reivindicações – mudança na jornada de trabalho com mais domingos de folga por mês, e não apenas um; fim do banco de horas, dos atrasos do vale-transporte e troca do tíquete cesta pela cesta básica – seriam discutidas posteriormente.
Mas a empresa roeu a corda e começou a demitir no dia 3/3. A fábrica parou de novo e a briga foi parar no Tribunal Regional do Trabalho. O TRT suspendeu as demissões feitas a partir do dia 4, determinou que a empresa abrisser um PDV (Plano de Demissão Voluntária), com acesso aos demitidos no dia 4. Determinou, também, que apresente documentos relativos a férias, salários e horas-extras dos últimos dois anos e manteve a PLR de R$ 600 e marcou para o dia 17/3 uma reunião no Ministério Público para discutir estas questões.
A Italspeed disse que queria cortar 120 pessoas, e apresentou um PDV que não garante nenhuma indenização extra. Por fim, cortou 40 que aderiram ao PDV e vão receber, além das verbas rescisórias, cesta básica e convênio médico por três meses.
“Foi uma mobilização importante, que mostrou a disposição de luta dos trabalhadores pelos seus direitos e expôs a posição intransigente da emrpesa”, conclui Carlão.