O brasileiro tinha uma renda média de R$ 1.202 no ano passado. O número considera somente a parcela da população que declarou ter alguma fonte de rendimento e tirou da conta praticamente 1 em cada 3 pessoas dos 190 milhões de brasileiros que não ganham nada, segundo dados do Censo 2010 divulgados na última quarta-feira (16).
O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) diz que esse número trata de qualquer pessoa que tenha uma fonte de renda, seja ela de trabalho assalariado, bico ou aposentadoria, por exemplo.
Segundo o instituto, a desigualdade de renda ainda é bastante acentuada no Brasil, apesar da tendência de redução observada nos últimos anos. Isso porque, partindo da média verificada para os domicílios brasileiros, é fato que quem mora nas cidades ganha mais do que quem mora no campo.
Apenas como quesito de comparação, no censo de 2000, a renda nominal mensal estava em R$ 1.117,95, sendo que o salário mínimo, da época, estava na casa de R$ 180, mas a inflação era alta. Dez anos depois, o mínimo subiu a R$ 510 e a inflação estava sob controle.
A renda média das pessoas de dez anos ou mais que moram nas cidades foi de R$ 1.294. Nas áreas rurais, o salário era praticamente a metade desse: R$ 596, ou 46,1% daquele pago na cidade.
Sem considerar as diferenças entre roça e cidade, mas somente as diferenças regionais, os nordestinos tinham os menores rendimentos: R$ 906. Na outra ponta, o Centro-Oeste (R$ 1.422) e o Sudeste (R$ 1.396) concentravam os melhores níveis de renda.
Saindo da esfera das pessoas e indo para a dos domicílios, isto é, as famílias que dividem a mesma casa (seja o casal, com filhos ou não, separados ou não ou em qualquer outro arranjo familiar), a renda aumenta.
A média dos rendimentos dos 67,6 milhões de domicílios brasileiros ficou em R$ 2.222. Na cidade (R$ 2.407) esse número foi maior que o do campo (R$ 1.051).
O Estado com os maiores níveis de renda por domicílio é o Distrito Federal. Na capital do país, cada moradia particular tem renda na casa dos R$ 4.635, sem considerar a quantidade de pessoas que nela vivem.
Em seguida, aparecem São Paulo (R$ 2.853), Santa Catarina (R$ 2.636), Rio de Janeiro (R$ 2.630), Rio Grande do Sul (R$ 2.403), Paraná (R$ 2.364), Amapá (R$ 2.252), Espírito Santo (R$ 2.205), Goiás (R$ 2.183) e Mato Grosso do Sul (R$ 2.169).
No outro extremo, ficaram os estados do Maranhão (R$ 1.247) e Piauí (R$ 1.354).
O IBGE visitou, no ano passado, em torno de 67,6 milhões de domicílios nos 5.565 municípios brasileiros para saber um pouco mais sobre a população. Os dados sobre renda e salários ainda são preliminares e podem ser modificados até setembro de 2012, quando saem os números definitivos sobre trabalho e renda do Censo 2010.