Fonte: Jornal a Tribuna Imprensa
As principais centrais sindicais do País decidiram se aliar e lançar uma campanha para manter em 2011 os ganhos obtidos nas negociações de 2010 – os maiores dos últimos anos. As organizações estão preocupadas em combater o discurso da área econômica do governo de que os aumentos reais de salários podem contribuir para elevar a inflação no segundo semestre.
Amanhã, a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a Força Sindical, A União Geral dos Trabalhadores (UGT), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), a Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) anunciam uma série de mobilizações em todo o País para incentivar os trabalhadores a lutar por melhores salários.
A primeira grande ação será realizada no dia 06 de julho, escolhido como o Dia Nacional de Mobilizações, quando as centrais pretendem ir a Brasília para se manifestar a favor da luta por reajustes salariais. “Não vamos aceitar esse argumento de que salário gera inflação”, afirmou o secretário-geral da CUT, Quintino Severo.
Para o secretário-geral da Força, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a recente desaceleração dos índices de inflação dá força aos argumentos dos trabalhadores. “O que parece é que a história de que a inflação iria estourar a meta era mais discurso que realidade”, afirmou, referindo-se ao teto de 6,5% da meta oficial para a inflação, que é de 4,5% mas aceita uma margem de dois pontos porcentuais para baixo ou para cima. “O governo adotou medidas para conter a inflação e não há razão para segurar os aumentos reais”.
O presidente da UGT, Ricardo Patah, disse que as mobilizações serão uma resposta ao discurso da área econômica do governo. “A campanha salarial do segundo semestre será muito importante para mobilizar as categorias e acabar com essa equação retrógrada de que o ganho real vai prejudicar a sociedade. Isso é coisa de quem não tem percepção política e social”, afirmou. “Ao mesmo tempo, a área econômica do governo usa argumentos errôneos para manter uma política de juros totalmente indevida.”
Na Baixada
Sindicalistas da Baixada Santista que presidem sindicatos filiados às centrais sindicais concordam com a mobilização. Alegam que está na hora de uma virada de mesa.
“Estamos sofrendo um grande arrocho salarial ao longo dos últimos anos e enfrentamos nesse momento enormes dificuldades em nossa campanha salarial com a Codesp”, diz Everandy Cirino, presidente do Sindaport.
Já Arnaldo Biloti, presidente do Sindicato dos Comerciários, maior entidade de trabalhadores da Baixada, diz que espera enfrentar grande dificuldade na campanha salarial. “Nossa categoria tem data-base em outubro e, com esse discurso do Governo, as dificuldades serão maiores.