O mercado de trabalho do Grande ABC ampliou o estoque de vagas em 8.363 empregos formais entre janeiro e abril. Esta é a diferença entre o total de contratados e a soma das demissões no período. O volume de postos de trabalho gerado no primeiro quadrimestre foi 24% superior ao mesmo período do ano passado, quando a criação de vagas atingiu 6.743 posições.
A indústria, setor com grande participação na geração de emprego e renda no Grande ABC, teve destaque no resultado do mercado de trabalho regional. Entre janeiro e abril de 2012, o setor reduziu em 2.594 postos o seu estoque de trabalhadores. Porém, em igual período deste ano, percorreu o sentido oposto e criou 2.137 vagas formais. “São números positivos se comparados ao ano passado. Mas é claro que o emprego não é qualitativo como antes, pois os salários das novas vagas provavelmente são mais baixos”, analisou o professor de Economia da Universidade Metodista de São Paulo Sandro Maskio.
O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) é responsável pelas informações. O órgão publicou os números do Grande ABC ontem, por meio do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados). Em abril, o saldo foi positivo em 3.247 vagas, aumento de 28% na relação mensal e 23% na anual. No mês, a região teve 1.967 postos no setor de serviços, maior resultado entre as oito categorias listadas.
Os resultados positivos de vendas e produção das montadoras, segmento muito forte na região, reforça a participação da indústria no crescimento do emprego, avaliou o diretor para a região do Corecon-SP (Conselho Regional de Economia), Leonel Tinoco.
Dados da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores) mostram a produção de 319.038 automóveis e comerciais leves e a venda de 289.841 em abril. No acumulado do quadrimestre, foram 1,09 milhão de unidades fabricadas e 866.147 comercializadas. A entidade garante que os quatro resultados são os maiores marcos históricos.
Mas o segmento de autopeças da região não entrou na esteira, principalmente pelo que os importados vêm enfrentando, disse o primeiro vice-diretor do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) de Santo André, Norberto Luiz Perrella. “Nós, do APL (Arranjo Produtivo Local) de autopeças da região, já encaminhamos pedido à Presidência da República solicitando que se exija a utilização de peças nacionais na produção de veículos (conforme prevê o plano Inovar Auto).”
Perrella informou que outro segmento industrial na região está aquecido e contratando. Como presidente da Associação das Empresas Metal Mecânicas do Grande ABC, ele revelou que as firmas que fornecem às companhias de eletrodomésticos tiveram alta nas demandas. “As vendas de imóveis, principalmente para a classe média, têm estimulado as compras de eletrodomésticos. As empresas estão otimistas”, explicou.
Como exemplo, em sua empresa, a Ferkoda, vários novos projetos exigiram aumento do quadro de funcionários e mudança no foco das autopeças e cerca de 75% da produção está voltada ao segmento de eletrodomésticos.
Todas as cidades do Grande ABC tiveram criação de vagas de emprego formal em abril. São Bernardo saiu na frente com 945 posições, seguido por Santo André (898), Diadema (637), São Caetano (490), Mauá (190), Ribeirão Pires (84) e Rio Grande da Serra (3).
Além dos serviços (1.967), os outros três principais setores da economia também tiveram saldo positivo na região no mês passado. São eles a indústria (478), construção (685) e comércio (201).
NACIONAL – No País, a geração de empregos formais atingiu 196.913 postos de trabalho em abril. Segundo dados divulgados ontem do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados), do MTE (Ministério do Trabalho e Emprego), o número de vagas criadas representou crescimento de 0,49% em relação ao estoque de março.