TONI SCIARRETTA
Sem acordo de reajuste salarial até as 19h desta segunda-feira (17), sindicatos bancários de todo o país confirmaram greve nacional a partir de amanhã por tempo indeterminado.
O movimento foi definido em assembleias realizadas na terça e na quarta da semana passada, que decidiram dar até hoje para receber uma contraproposta dos bancos.
Segundo o sindicato, as entidades patronais não entraram em contato nem fizeram contraproposta após a decisão pela paralisação e a categoria decidiu por iniciar a greve amanhã.
A categoria reivindica aumento salarial de 10,25% (aumento real de 5%), mas os bancos ofereceram 6% (aumento real de 0,58%).
Funcionários também reivindicam participação nos lucros de três salários mais R$ 4.961,25, piso salarial do Dieese (R$ 2.416,38) e vales alimentação e refeição de R$ 622, entre outras solicitações.
Os bancários entregaram a pauta com as reivindicações no dia 1º de agosto; a data-base da categoria é 1º de setembro. Após nove rodadas de negociação com a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), não houve acordo para o índice de reajuste.
Durante a greve, os caixas de auto-atendimento vão continuar funcionando normalmente para atender aos clientes.
Segundo balanço do Dieese, quase a totalidade das categorias (97%) que fecharam acordo no primeiro semestre do ano tiveram aumento real e a média de aumento real recebido foi de 2,23% –o melhor resultado das negociações salariais acompanhadas pelo órgão desde 1996.
Os bancários argumentam que os altos executivos dos quatro principais bancos –Banco do Brasil, Bradesco, Itaú e Santander– deve crescer 9,7% entre 2011 e 2012.
No ano passado, os bancários cruzaram os braços durante 21 dias, na greve que contou com participação recorde dos cerca de 500 mil bancários.
FEBRABAN
O presidente da Febraban (Federação Brasileira de Bancos), Murilo Portugal, disse na sexta-feira (14) que a entidade tinha até hoje para negociar com os bancários em vários Estados.
“Continuamos intensamente em processo de negociação. O interesse é evitar a paralisação, que não é boa para os bancos nem para os bancários –e muito menos para a população”, disse o executivo. Portugal não comentou qual poderia ser a contraproposta dos bancos.