Setor de trabalho temporário revisa para baixo efetivações após o Natal

Mercado Aberto

MARIA CRISTINA FRIAScristina.frias@uol.com.br

Os primeiros sinais de queda do otimismo no setor de shoppings e no varejo para o Natal começam a se refletir na expectativa de emprego.

A previsão de que uma parte dos trabalhadores temporários contratados para o final de ano será efetivada foi revisada para baixo, de 29% para 20%, segundo a Asserttem (associação de empresas de serviços terceirizáveis e trabalho temporário).

“A crise mundial acaba impactando um pouco o ânimo do consumidor. Ele fica mais seletivo, se preocupa mais com as despesas. O governo tomou recentemente novas medidas para o crédito, mas o resultado não é imediato”, afirma Vander Morales, presidente da Asserttem.

A previsão para o preenchimento de cerca de 150 mil vagas temporárias, entretanto, ainda está mantida.

A região Sudeste vai liderar o número de contratações de temporários neste Natal, mas é no Nordeste que deve ficar o maior índice de preenchimento posterior das vagas.

“O Nordeste vai ter uma proporção maior de efetivação pelo momento econômico, com maior carência de mão de obra e menor exigência de qualificação”, diz.

Quase 50 mil vagas ainda estão abertas para a sazonalidade do Natal. São cerca de 41 mil postos no comércio e 9.000 na indústria.

Para este ano, a Abrasce (Associação Brasileira de Shopping Centers) estima crescimento menos intenso nas vendas de dezembro do que no ano passado.

SOB NOVA E FEMININA DIREÇÃO

Três advogadas passam a comandar três unidades de um tradicional escritório de direito, o Gouvêa Vieira Advogados, fundado há quase 80 anos, no Rio de Janeiro.

Maria Fernanda Pecora Gédéon assume a gestão da sede de São Paulo, Maria Isabel dos Santos-Nivault fica com a direção da de Paris e Patrícia Oki, com a do Rio.

Forte na representação de clientes franceses e de empresas em geral, o escritório contratou uma consultoria externa e passou por uma reestruturação.

“O escritório era muito liderado por homens, mas ficaram três mulheres ao acaso”, diz a sócia-gestora Maria Fernanda Pecora Gédéon, que já cuida de casos de aquisições na nova casa.

“Nos últimos dois anos, cresceu 30% o movimento em Paris: de empresas francesas que buscam oxigênio no Brasil e ´familly offices´ daqui que compram imóveis na França”, diz Maria Isabel dos Santos-Nivault, que está há 16 anos em Paris.

CAFÉ PEQUENO

Com dez lojas fixas no Brasil, a Nespresso começa a atuar no conceito de quiosque para as vendas de Natal deste ano.

O novo modelo de negócio, menor e de custo mais baixo, será provisório e instalado no shopping Anália Franco, em São Paulo.

“Nas butiques temporárias, vamos vender só cápsulas de café”, diz Stefan Nilsson, diretor para a América Latina.

Para a venda de máquinas, serão indicados varejistas de eletrodomésticos parceiros dentro do próprio shopping.

“Não faremos bar para servir a bebida. Não é o nosso negócio principal.” A empresa espera o resultado da primeira iniciativa para avaliar a possibilidade de expansão.

NEGÓCIOS EM CRISE

O volume de fusões e aquisições no Brasil caiu 8,5% no terceiro trimestre deste ano ante os três meses anteriores, segundo estudo da Intralinks, que faz armazenamento de informações sigilosas.

“O Brasil teve uma sequência de altas, mas foi influenciado pela crise global. Na comparação com outros países, o resultado não foi ruim”, diz Matthew Porzio, vice-presidente da empresa.

O resultado do terceiro trimestre no Brasil representou aumento de 56% sobre o mesmo período de 2010.

Os setores de energia, manufatura e telecomunicação foram os que atraíram maior interesse para negócios.

com JOANA CUNHA, VITOR SION e LUCIANA DYNIEWICZ