Sindicalistas divergem sobre as novas medidas de estímulo

Valor Econômico
Por Carlos Giffoni

SÃO PAULO – O emprego na indústria nacional ficou de fora do pacote de medidas anunciado nesta terça-feira pelo governo federal, na avaliação de Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), presidente da Força Sindical e deputado federal. “Não há contrapartida para o emprego. Consideramos algumas medidas, como a desoneração da folha de pagamentos, positivas, mas insuficientes”, diz. De acordo com ele, o estímulo à produção é forte em alguns setores, mas esses não assumiram nenhum compromisso com o emprego – nem tal postura foi oficializada pelo governo.

Paulinho disse que as manifestações previstas em defesa do emprego e da produção continuarão pelos Estados. Empresários e sindicalistas vêm discutindo desde novembro de 2011 uma agenda de manifestações em prol da atividade industrial. Para esta quarta-feira, estão previstas 100 mil pessoas no “Grito de alerta”, na Assembleia Legislativa de São Paulo. No próximo dia 13, haverá um ato será em Manaus.

“O tão esperado pacote para impulsionar a indústria nacional não atende às expectativas da classe trabalhadora. Não há taxação para o capital especulativo, contrapartidas para emprego e qualificação profissional”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.

Sérgio Nobre, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, discorda. “As medidas fazem da proteção à produção e ao emprego seu ponto central. O anúncio para o setor automotivo incorpora as reivindicações dos trabalhadores da categoria metalúrgica levadas ao Planalto, entre elas a valorização da produção nacional, a incorporação da inovação tecnológica aos produtos que serão desenvolvidos no Brasil e a exigência de engenharia e ferramentaria com tecnologia nacional nos novos investimentos”, disse em nota.