Segundo líderes sindicais, CSN pretende demitir 3 mil em janeiro.
Eles pediram ao ministro Miguel Rossetto que governo negocie.
Do G1, em Brasília
Líderes sindicais pediram nesta segunda-feira (28) ao ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, que o governo negocie com a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) para adiar por pelo menos seis meses as demissões de 3 mil trabalhadores da empresa. De acordo com os sindicalistas, a empresa pretende efetuar as demissões na primeira semana de janeiro.
Eles esperam que, com o adiamento, a situação da economia melhore até meados de 2016 e, com isso, o número de dispensas possa ser reduzido.
A CSN não se manifestou oficialmente sobre o número de demissões. O Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense (Sindimetalsf) calcula 3 mil dispensas com base na quantidade de equipamentos que serão desativados. A informação das máquinas que vão parar de funcionar foi dada pela CSN à categoria na semana passada.
De acordo com o Sindimetalsf, a CSN argumenta que o principal motivo para as demissões é a queda nas vendas do aço no mercado interno, provocada pela crise econômica.
“Esses cortes de cerca de 3 mil empregados diretos vão afetar toda a cidade de Volta Redonda, que cresceu em volta da CSN. Nossa esperança é que, com esse prazo de seis meses, a situação econômica do país melhore e essas demissões sejam repensadas”, explicou o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, que participou da reunião com o ministro, junto com o presidente do Sindimetalsf, Sílvio Campos, e o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
“A categoria quer ganhar um tempo pra colocar as cartas na mesa, para ver que formas de negociação podem ser feitas. A região de Volta Redonda está em pânico com essas demissões. Elas têm um impacto para a região do tamanho do mundo”, declarou o senador petista Lindbergh Farias.
O parlamentar também disse que o ministro Rossetto se comprometeu a promover negociações com a CSN a fim de evitar o corte imediato dos empregos.
Por meio de nota, a assessoria do Ministério do Trabalho e Previdência Social informou que “o ministro Rosseto ficou de entrar em contato com a CSN para, a partir de janeiro, formar uma mesa de negociação envolvendo sindicatos e a CSN, antes das demissões, para apresentar alternativas, como o PPE [Programa de Proteção ao Emprego], e outras que possam surgir ao longo das negociações”.
Adesão ao PPE
A fim de evitar as demissões, os líderes sindicais admitem a possibilidade de adesão ao Programa de Proteção ao Emprego do governo federal.
Nesse caso, os operários têm uma redução temporária de até 30% da jornada de trabalho com diminuição proporcional do salário pago pelo empregador.
“Existem alternativas, como o PPE, que você faz antes de ter demissão. Todas as empresas de Volta Redonda fizeram isso, Peugeot, Nissan, Volkswagen, entre outras. E a CSN quer demitir sumariamente, sem negociação”, protestou Sílvio Campos, presidente do Sindimetalsf.
Por meio de nota, a assessoria da Companhia Siderúrgica Nacional disse que está em negociação com o Sindicato dos Metalúrgicos.
“A CSN está negociando com o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense medidas necessárias para enfrentar o desafiador cenário econômico brasileiro e mundial. Durante todo o ano de 2015, a CSN fez enormes esforços para manter os níveis de emprego e foi uma das poucas empresas do seu setor a não realizar ajustes em sua produção”, diz a nota.
Conforme o Sindimetalsf, a CSN emprega 16 mil funcionários, dos quais 11 mil são regidos pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Os demais 5 mil operários são terceirizados.