Jaelcio Santana |
A questão da Igualdade foi o principal tema do evento promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes nesta quinta-feira, 8, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, e que contou com a participação de cerca de 500 delegadas sindicais, ativistas e trabalhadoras da categoria.
As mulheres participaram de um ato no auditório do Sindicato, de onde saíram em passeata até a Praça da Sé, para se juntar a mulheres de outros movimentos sociais e centrais sindicais e, de lá, seguiram até a praça da República, onde o ato foi finalizado.
Paulo Segura Diretora Leninha |
As metalúrgicas foram recebidas pela diretora Leninha, coordenadora do Departamento da Mulher do Sindicato, e receberam as homenagens e rosas do presidente Miguel Torres, do deputado Paulinho da Força, da diretora financeira Elza, do secretário-geral Arakém, do vice-presidente Pereira, da secretária da Mulher da Força Sindical, Maria Auxiliadora, de todos os diretores, coordenadores e assessores do Sindicato.
Igualdade – Todos reforçaram que “este é um dia de luta pela igualdade” e falaram da decisão do Congresso Nacional, que aprovou o projeto que multa as empresas que pagarem às mulheres salários inferiores aos dos homens na mesma função. O projeto segue para sanção da presidente Dilma.
Paulo Segura Miguel Torres |
Dia de reflexão – Para Miguel Torres, este é um dia de protesto e de reflexão. “Essa é a luta do movimento sindical, pela igualdade e tratamento digno às mulheres. Vamos entrar com ações na Justiça contra as empresas que pagam salários menores para as mulheres. Queremos que as empresas paguem a diferença salarial a essas trabalhadora”, disse Miguel.
Paulinho da Força informou que a mulher ganha, em média, 27% menos que o homem, e lembrou que a luta da mulher é histórica. “Em 1932, elas conquistaram o direito de voto; hoje, temos 54 mulheres parlamentares no Congresso Nacional.”
Jaelcio Santana Paulinho da Força |
Licença-maternidade – Paulinho também falou que o Congresso vai votar outro projeto importante, o que aumenta de 120 para 180 dias a licença-maternidade, e ressaltou outras lutas que estão sendo encaminhadas, como o movimento contra a desindustrialização, contra a guerra fiscal nos portos, contra os juros altos. “Entrei com uma emenda pedindo o fim da cobrança do Imposto de Renda sobre a PLR e os abonos salariais, precisamos continuar lutando pela redução da jornada, pelo fim do fator previdenciário, regulamentação da terceirização e precisamos das mulheres nessas ações”, disse.
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Geração de vida – Arakém reforçou que a mulher gera vida, constrói as riquezas do mundo e “que é tão importante quanto a mão de obra masculina, e tem que se tratada de forma igualitária. Só vamos mudar a sociedade para melhor com a participação da mulher”, disse.
Luta incansável – A diretora financeira Elza enfatizou o projeto da igualdade, lembrou que desde 1908 a luta é a mesma das mulheres têxteis que morreram queimadas nos Estados Unidos por igualdade de salário e jornada de trabalho menor. “Está na Constituição e na CLT a obrigatoriedade da igualdade salarial entre homens e mulheres, e, mesmo assim, ela não é cumprida. Vamos dar o pontapé inicial nas ações pelo pagamento da diferença salarial e contra essa discriminação”, disse.
Ato na praça da Sé
Paulo Segura |
O ato na praça da Sé reuniu mulheres trabalhadoras e militantes de movimentos sociais de vários segmentos – por moraria, contra a violência e a discriminação, por reforma agrária e urbana, saúde, creche e outros. Um cartaz empunhado dizia: “Crianças sem creche é = mulheres desempregadas”.
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Outros cartazes, faixas e totens colocados nas escadarias da Catedral da Sé lembravam mulheres vítimas da violência, como Eloá, 15 anos, assassinada pelo namorado em 2008; Luciana Machado de Souza, 27 anos, assassinada em janeiro de 2010 pelo namorado policial militar; Maria Islaine de Morais, 31 anos, cabeleireira assassinada com sete tiros pelo ex-marido em 2010; lembravam também as mulheres de Pinheirinho, que sofreram com a desocupação violenta do terreno onde viviam com suas famílias em São José dos Campos.
Nesta ação foi divulgado um documento cobrando a votação do projeto de lei da Igualdade, nº 6652/09, pelo Congresso Nacional. O documento será entregue no dia 29 de março aos parlamentares, em Brasília.
Jaelcio Santana Paulinho com mulheres da Força Sindical na Sé |
História do 8 de março
No dia 8 de março de 1857, operárias de uma fábrica de tecidos, situada em Nova Iorque, fizeram uma grande greve. Ocuparam a fábrica por melhores condições de trabalho, tais como, redução na carga diária de trabalho para dez horas (elas trabalhavam 16 horas por dia), equiparação de salários com os homens (as mulheres chegavam a receber até um terço do salário de um homem, para executar o mesmo tipo de trabalho) e tratamento digno no ambiente de trabalho.
A manifestação foi reprimida com total violência. As mulheres foram trancadas dentro da fábrica, que foi incendiada. Aproximadamente 130 tecelãs morreram carbonizadas.
Porém, somente em 1910, durante uma conferência na Dinamarca, ficou decidido que o 8 de março passaria a ser o “Dia Internacional da Mulher”, em homenagem as mulheres queimadas na fábrica. Mas somente no ano de 1975, através de um decreto, a data foi oficializada pela ONU (Organização das Nações Unidas).
Objetivo da Data
Ao ser criada esta data, não se pretendia apenas comemorar. Na maioria dos países, realizam-se conferências, debates e reuniões cujo objetivo é discutir o papel da mulher na sociedade atual. O esforço é para diminuir e, quem sabe um dia terminar, com o preconceito e a desvalorização da mulher. Mesmo com todos os avanços, elas ainda sofrem, em muitos lugares, com salários baixos, violência masculina, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na carreira profissional. Muito foi conquistado, mas muito ainda há para ser modificado nesta história.
Conquistas das Mulheres Brasileiras
O dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira. Nesta data foi instituído o voto feminino. As mulheres conquistavam, depois de muitos anos de reivindicações e discussões, o direito de votar e serem eleitas para cargos no executivo e legislativo.
Nas fábricas – Também na quinta-feira, 8 de março, ocorreram manifestações em portas de fábrica – Amplicabos, Saraiva Lustres e CBA Bandeirante, em São Paulo, e Schneider, em Guararema – para celebrar o 8 de Março, com homenagem às companheiras metalúrgicas, que receberam rosas das mãos dos diretores David, Lourival, Leninha, vereador Cláudio Prado e Arakém, secretário-geral do Sindicato.
Paulo Segura Diretora Leninha e diretor Lourival entregam flores às companheiras da CBA Bandeirantes |
Paulo Segura Diretora Leninha na CBA Bandeirantes |
Jaélcio Santana Arakém, secretário-geral do Sindicato, com as companheiras da Schneider, em Guararema |
Paulo Sérgio de Souza Diretores David e vereador Cláudio Prado na Amplicabos |
Paulo Sérgio de Souza Diretor David na Amplicabos |
Paulo Sérgio de Souza Vereador Cláudio Prado na Amplicabos |
Paulo Sérgio de Souza David e Cláudio Prado na Saraiva Lustres |
Paulo Sérgio de Souza Homenagem na Spot Jaguara |
Por Assessoria de Imprensa do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
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