Foto de Daniel Cardoso
Sindicato e Força Sindical em Brasília na luta pelas 40h
Nas últimas cinco semanas, os diretores do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, em regime de revezamento, engrossaram a vigília das centrais sindicais em Brasília com o objetivo de mostrar aos parlamentares no Congresso Nacional a importância da adoção desta medida para a classe trabalhadora e para o País.
Segundo dados do DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), entidade criada pelo movimento sindical e que há 54 anos realiza estudos, pesquisas e análises de temas de interesse dos trabalhadores, com a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais, sem redução salarial, é possível a criação de mais de 2,5 milhões de postos de trabalho.
A redução da jornada de trabalho também possibilitará aos trabalhadores dedicar mais tempo para o convívio familiar, o estudo, o lazer e o descanso, melhorando a qualidade de vida deles.
Foto de Daniel Cardoso
Miguel Torres, presidente do Sindicato, e Clementino Vieira (CNTM)
“Temos plenas condições para implementar a redução da jornada de trabalho, uma medida que de modo algum trará prejuízos à competitividade das empresas brasileiras, até mesmo porque o custo com salários no Brasil é muito baixo quando comparado com outros países”, afirma Miguel Torres, presidente do Sindicato e vice-presidente da Força Sindical.
Com a intensificação dos debates na Câmara dos Deputados, os empresários e seus representantes políticos novamente manifestaram posição contrária à proposta.
O deputado federal Paulinho, presidente da Força Sindical, principal liderança sindical desta mobilização em Brasília, critica as desinformações patronais com relação ao tema. “Os empresários alegam que a redução da jornada de trabalho trará um aumento muito grande no custo total da produção. Isto não é verdade! Com os expressivos ganhos de produtividade, o impacto de uma jornada menor de trabalho será mínimo, isto sem considerar os futuros ganhos de produtividade”, analisa Paulinho.
Nossa pressão levou o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer, a propor a redução da jornada para 42h semanais. É um avanço, mas temos que persistir na luta e, para isto, a classe trabalhadora tem que participar.
Foto de Daniel Cardoso
Paulinho, presidente da Força, e Elza Pereira, diretora de finanças do Sindicato
Elza Pereira, diretora de finanças do Sindicato, que também participou da vigília no Congresso Nacional, afirma: “É uma batalha e tanto do movimento sindical para sensibilizar os parlamentares, enfrentar os discursos conservadores, mobilizar a classe trabalhadora e conquistar o apoio da opinião pública. A redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, precisa ser aprovada urgentemente para contribuir para a melhora da distribuição de renda no Brasil”.
Para o secretário-geral do Sindicato, Jorge Carlos de Morais, o Arakém, a mobilização nas fábricas tem sido também muito importante para fomentar o debate sobre a importância da redução da jornada e fortalecer a luta entre os trabalhadores e trabalhadoras. Ele diz: “O Brasil tem um contingente grande de desempregados e a proposta, se for aprovada, tem capacidade para gerar 2,5 milhões de novos empregos. Além disto, com mais horas livres, os trabalhadores e trabalhadoras terão melhores condições de se qualificarem”.
Para o vice-presidente do Sindicato e presidente do DIEESE, Tadeu Morais, a redução da jornada de trabalho, sem redução de salários, trará mais desenvolvimento econômico no País, com melhora da distribuição de renda. “Teremos ampliação do emprego, aumento do consumo interno, elevação dos níveis da produtividade do trabalho, melhorias da competitividade do setor produtivo. Será possível reduzirmos os acidentes e as doenças do trabalho e garantirmos mais tempo para a qualificação da classe trabalhadora, que são aspectos fundamentais para o mundo globalizado e para o cenário de modernização do parque industrial”, finaliza Tadeu.
Matéria anterior: Nova vigília no Congresso Nacional