Dos 312 mil trabalhadores que compraram ações com fundo em 2000, 41% estão aptos a participar de capitalização
SHEILA D´AMORIM DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dos 312,194 mil trabalhadores que compraram ações da Petrobras com recursos do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) em 2000, só 41% (127,938 mil) poderão acompanhar o aumento de capital da estatal que será promovido pelo governo, se prevalecerem as regras aprovadas, na quarta, pela Câmara. O restante já se desfez da aplicação e ficará fora da capitalização.
O impacto máximo que a medida terá sobre os cofres do fundo foi estimado em R$ 1,034 bilhão por técnicos da equipe econômica. Isso considerando que todos os trabalhadores com direito a participar do processo irão aderir com o valor máximo permitido: 30% de seu saldo atual na conta do FGTS.
“Esse valor não é nenhuma sangria desatada para o FGTS”, disse Wellington Moreira Franco, vice-presidente de fundos de governo e de loterias da Caixa, área que administra os recursos do fundo. O projeto ainda vai para o Senado.
Apesar do impacto relativamente pequeno -o orçamento do fundo para este ano é de R$ 28,6 bilhões-, a equipe econômica não tinha, até ontem, uma posição fechada sobre o tema.
Inicialmente contra o uso do dinheiro do FGTS no processo de capitalização da Petrobras, os técnicos avaliam que é preciso saber se esse dinheiro não fará falta para os projetos com os quais o fundo já está comprometido e que são prioridades para o governo, como a segunda fase de construção de casas populares no programa Minha Casa, Minha Vida e investimentos nas áreas de saneamento e energia. O fundo é a principal fonte de recursos dessas obras.