Paulo de Tarso Lyra
BRASÍLIA – O governo federal, sindicatos e representantes da Odebrecht e Camargo Corrêa definiram há pouco, durante reunião no Palácio do Planalto, que só serão aceitos para as obras do Programa de Aceleramento do Crescimento (PAC), trabalhadores que tenham fichas no Sistema Nacional de Empregos (Sine).
Com isso, esperam terminar com o chamado gato, intermediário que promete salários altos e boas condições de trabalho. Na prática, porém, essa realidade acaba não se refletindo. De acordo com o vice-presidente da Força Sindical, Miguel Torres, o Sine já tem como fazer um levantamento em 12 Estados dos trabalhadores em condições de serem contratados para as grandes obras.
Neste momento, está acontecendo outra reunião, também no Palácio do Planalto, para tratar, especificamente das usinas de Jirau e Santo Antonio. Segundo o secretário de relações do trabalho da CUT, Messias Melo, as duas obras vivem situações diferentes.
Santo Antonio está paralisada por uma greve dos trabalhadores por melhores condições, enquanto em Jirau a situação não voltou ao normal porque os alojamentos e refeitórios foram destruídos há duas semanas.
Melo afirmou ainda que a CUT vai recorrer da multa aplicada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 14ª região no valor de R$ 200 mil por conta dos incidentes ocorridos na obra.
Os sindicalistas também denunciaram torturas contra trabalhadores nas obras da usina de São Domingo, em Mato Grosso Sul.