´Temos muito o que comemorar no 1º de Maio’, diz Gilberto Carvalho

Luiza Damé

BRASÍLIA — O ministro da Secretaria Geral, Gilberto Carvalho, disse nesta segunda-feira que a presidente Dilma Rousseff comandará amanhã uma reunião para definir o que o governo apresentará aos trabalhadores no dia 1º de Maio. Segundo Gilberto, a presidente não participará dos eventos organizados pelas centrais sindicais no Dia do Trabalho, porque eles não são unificados.

— Nós vamos nos encontrar com a presidente amanhã para tomarmos a nossa posição em relação ao 1º de Maio. Não temos nenhuma definição — disse o ministro, que participou da abertura do seminário sobre o marco regulatório das organizações da sociedade civil, no Senado.

As centrais sindicais entregaram a pauta de reivindicações há quase dois meses e prometem críticas ao governo nas manifestações de 1º de Maio. A presidente também deve fazer um pronunciamento à nação pelo Dia do Trabalho.

— Não faz sentido a presidente fazer uma escolha de qual evento ir no 1º de Maio. A presidente recebeu as centrais, estamos trabalhando a pauta das centrais, mas ela não vai — disse.

Na pauta das centrais estão o fim do fator previdenciário, a redução da jornada de trabalho, a regulamentação do direito de greve no serviço público e a aprovação da resolução da OIT que inibe a demissão imotivada.

A Força Sindical promete abrir o palanque do Dia do Trabalho para o senador Aécio Neves (PSDB-MG) e o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), eventuais adversários de Dilma na eleição presidencial de 2014;

— O primeiro de Maio é uma pauta dos trabalhadores e eles convidam quem eles quiserem. Nós (governo) temos sempre ido, participado. O governo tem muita consciência do que mudou, do que conseguimos, junto com os trabalhadores, na questão do emprego, da distribuição de renda. O Brasil, frente a uma crise mundial, é um dos campeões do emprego, uma das menores taxas de desemprego, um dos melhores níveis de distribuição de renda. Então temos muito o que comemorar no 1º de Maio. É provável que a gente esteja presente, com muita honra e orgulho de ser um governo que recebe trabalhadores, que dialoga com os trabalhadores e que atende às reivindicações que são possíveis e que faz um esforço enorme para continuar mantendo o nível de emprego no país — afirmou.

Perguntado sobre proposta para reduzir o número de sindicatos, Gilberto defendeu a autonomia do movimento sindical: — Nós temos de respeitar a autonomia do movimento sindical. O movimento sindical tem se comportado de maneira adequada. o Ministério do Trabalho segue trabalhando em diálogo com os sindicatos, estamos celebrando o acordo da construção civil e da cana de açúcar. O movimento sindical está bem organizado, e não temos de interferir ou dar sugestões de mudanças neste momento.