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Terceirização, criatividade e luta sindical pautaram o encerramento do Encontro de Montadoras

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grava6Último dia do evento propôs uma reflexão sobre alternativas para superar a crise que atinge o setor automotivo em nível mundial e garantir direitos fundamentais da classe trabalhadora

Terceirização, criatividade e a luta pelo direito a ser um trabalhador sindicalizado. Estes foram os temas abordados no terceiro e último dia de debates do 2º Encontro Internacional de Montadoras, promovido pelo Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí (SINMGRA), durante três dias nas dependências do Hotel Intercity, no município da Região Metropolitana de Porto Alegre. Reunindo representantes sindicais do Brasil e dos Estados Unidos, o evento teve como principal objetivo discutir e encontrar alternativas para a garantia do emprego nas montadoras de veículos em nível mundial.

Primeiro painelista do dia o economista do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, Cid Cordeiro, falou sobre os malefícios que a lei da terceirização poderá trazer para os trabalhadores brasileiros. De acordo com Cordeio, esse processo abrirá espaço para transformar todos em terceirizados, o que será um retrocesso na vida da classe trabalhadora.

– Fica claro que esse modelo de contratação é um mecanismo que amplia lucros e precariza as relações de trabalho. Além disso, a terceirização abre distância entre o empregado e o empregador que não precisa mais controlar as condições do ambiente de trabalho, a quantidade de horas trabalhadas e nem sequer ter contato com seu colaborador terceirizado – lembrou Cordeiro.

Estudo da entidade paranaense mostra que os trabalhadores terceirizados ganham 30% a menos de remuneração, trabalham 22% a mais, ficam 60% menos tempo empregados, sofrem 80% dos acidentes de trabalho e não possuem direitos e benefícios. Além disso, de cada 5 mortes no trabalho, 4 são de terceirizados.

Criatividade para vencer a crise

Diretor da General Mortors do Brasil (GM), Sidnei Alvares tratou de ações criativas para superar a crise atual do setor automotivo. Para ele, é preciso estar sempre inovando e buscando diferenciais competitivos para despertar o interesse dos consumidores, mesmo que os preços dos veículos no Brasil sejam elevados.

– A carga tributária que incide sobre os veículos comercializados no Brasil é muito grande, o que deixa seus preços muito além da capacidade de consumo da maioria da população. A crise atual do setor no país reflete esse cenário, mas as montadoras precisam saber driblar o momento ruim e voltar a vender carros, pois só assim terão condições de garantir a empregabilidade de seus colaboradores – falou Alvares.

O executivo da GM lembrou que a empresa sempre estimulou o uso da criatividade por parte de seus colaboradores, incentivando-os a apresentar suas ideias para melhorar o desempenho corporativo e ajudando a reduzir custos produtivos. E isso representa um fator fundamental para tentar viabilizar carros com preços mais acessíveis e que possam recuperar o processo de vendas no Brasil e em nível mundial, na opinião de Sidnei Alvares.

A luta pela sindicalização

Finalizando os debates do 2º Encontro Internacional de Montadoras, a representante do United Auto Workers (UAW) dos Estados Unidos, Sanchioni Butler, fez um emocionante relato da luta dos trabalhadores da fábrica da Nissan no Mississippi (EUA), para terem o direito de se sindicalizar, mesmo enfrentando as práticas antissindicais da montadora.

Segundo Sanchioni, a luta do UAW não é apenas pelo direito de sindicalização, mas também para acabar com as condições ruins de trabalho na Nissan nos Estados Unidos. A palestrante disse que a campanha agressiva de interferência nos esforços dos trabalhadores para formar um sindicato na fábrica de Canton, Mississippi, viola as normas internacionais que regem a liberdade de associação dos trabalhadores.

– A Nissan trabalha com os sindicatos em todas as partes do mundo. No entanto, nos Estados Unidos ela age de maneira muito diferente. Nós queremos que seus trabalhadores possam exercer seu direito fundamental à liberdade de associação, sem medo de retaliação ou ameaça de perda do emprego – reforçou Sanchioni Butler.

A boa nova, segundo ela, é que cada vez mais os trabalhadores da fábrica da Nissan em Canton estão se encorajando e buscando a sindicalização, tendo recebido como estímulo o apoio de diversas entidades sindicais espalhadas pelo planeta. Para ela, é um exemplo claro de que a unidade de ação entre os trabalhadores de todo mundo é um fator decisivo para superar momentos de tensão na relação empregador e empregados.

No encerramento da segunda edição do Encontro Internacional de Montadoras, os dirigentes do Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí, Valcir Ascari e Edson Dorneles, agradeceram a qualificada contribuição dos palestras do evento e a expressiva participação dos sindicalistas gaúchos, de outros estados brasileiros e dos Estados Unidos.

– O debate que realizamos aqui certamente será fundamental para alinhavarmos estratégias globais de manutenção dos empregos no setor automotivo – afirmou Ascari.

A iniciativa do SINMGRA fez com que Gravataí, por três dias, fosse o palco principal das discussões em torno da empregabilidade e da superação da crise do setor automotivo brasileiro, trazendo à tona aspectos importantes para a conquista destes objetivos.

Sobre o Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí

O Sindicato dos Metalúrgicos de Gravataí representa aproximadamente 14 mil funcionários dos setores metalmecânico, eletroeletrônico, autopeças e montadoras de automóvel. Abrange centenas de empresas do município de Gravataí, na região metropolitana de Porto Alegre, entre elas a montadora General Motors e Sistemistas.

PlayPress Assessoria de Imprensa
Redação: César Moraes
Coordenação: Marcelo Matusiak