Um crime contra o trabalhador brasileiro foi cometido em Brasília, no dia 22 de março de 2017, na Câmara dos Deputados.
Os deputados que votaram pela aprovação do projeto 4.302, de 1998, que libera a terceirização para todas as atividades, inclusive a atividade-fim (principal), para empresas de todos os setores da economia, deram a sentença de morte aos direitos da classe trabalhadora, alcançados com muita luta ao longo da história, à CLT, à carteira de trabalho, às regras de proteção social e às relações de trabalho mais equilibradas e justas.
Esperamos que o presidente Michel Temer não sancione esta vergonha nacional.
Sabemos que será quase impossível o presidente vetar, porque o que temos visto é o governo encaminhar ao Congresso Nacional propostas (a exemplo das reformas trabalhista e da Previdência) que, assim como este projeto de ampla terceirização, agradam apenas o mercado, o sistema financeiro e patrões gananciosos que só almejam o lucro.
Aprovar medidas que visam apenas reduzir o que eles classificam de “custos”, sem levar em conta o capital humano, tem consequências sérias, e elas virão. O aumento dos acidentes de trabalho e da rotatividade são alguns exemplos.
Relegar os trabalhadores a uma condição de temporários por até nove meses é de uma crueldade sem tamanho, que gera insegurança e nenhuma garantia. Este projeto é a legalização do “ao deus-dará”
Vamos divulgar em todo o País os nomes e as fotos de todos os deputados federais que votaram pela aprovação da terceirização ampla e fazer com que a sociedade reflita e, nas próximas eleições, elimine esses políticos do parlamento.
Precisamos de lideranças políticas com ideia de nação, que promovam o verdadeiro desenvolvimento econômico do Brasil, com interesse público, que respeitem, defendam quem ajuda a construir este País: os trabalhadores.
Reafirmamos nossa posição: a terceirização aprovada na Câmara representa a precarização da mão de obra, pois deixará milhões de trabalhadores sem proteção alguma na hora de “negociar” salários, condições dignas de trabalho, direitos trabalhistas e previdenciários.
Além de clamar por um milagroso veto presidencial vamos continuar mobilizados, protestando e lutando contra os retrocessos!
Miguel Torres
Presidente da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e vice-presidente da Força Sindical