O trabalho infantil no Brasil, que atinge 1,8 milhão de crianças, segundo o IBGE, é com certeza um de nossos piores problemas sociais e humanitários.
Pois criança não tem que trabalhar, tem que estudar e ter tempo livre para o lazer, para o lúdico, para a criatividade e para se preparar adequadamente para o futuro, de forma plena, saudável e feliz.
O presidente Bolsonaro novamente erra ao deixar de fora da nova composição da Comissão Nacional de Erradicação do Trabalho Infantil, extinta por ele próprio em 2019, entidades com força e experiência nesta área.
Ficaram de fora o Ministério Público do Trabalho, o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e a OIT (Organização Internacional do Trabalho).
Esperamos que o governo recue e inclua estas importantes entidades, pois o combate ao trabalho infantil não pode ficar restrito à comissão tripartite (seis representantes do governo, seis dos empregados e seis dos empregadores).
É uma luta ampla que esperamos que em 2021, que a ONU definiu como ano internacional pela eliminação do trabalho infantil, cresça ainda mais e envolva os mais diversos setores da sociedade.
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes