Que folga que nada. “Já que hoje é Dia do Trabalho, resolvi aproveitar o feriado de 1º de Maio para ganhar um dinheirinho. E ainda aproveito para dançar”. Na manhã de ontem, Joselita de Oliveira, 44, chegou cedinho à praia do Pina, na Zona Sul do Recife, para aproveitar a movimentação provocada pela segunda edição pernambucana do evento “A Força do Trabalhador”, que este ano teve como lema “Desenvolvimento com menos juros, mais salários e empregos”. A festa foi promovida pela Força Sindical em Pernambuco, e de acordo com a organização, 60 mil pessoas estiveram presentes ao acontecimento. A PM também não contabilizou números do evento.

Disposta a aproveitar a boa oportunidade para quem, como ela, está fora do mercado formal de trabalho, Joselita acordou às 4h e chegou ao Pina às 7h. Perdeu as contas de quantas canetas e chapéus vendeu ao longo da manhã. “Acordei, fiz almoço e vim embora para cá. É bom, porque é animado, dá para dançar um pouquinho, que eu não sou de ferro”, contou ela, que costuma trabalhar na avenida Conde da Boa Vista como ambulante.

O vigilante Michel Marconi, 36, levou os dois filhos, Ana Hayana da Silva, 12, e Michel Júnior, de um ano, para aproveitar a festa. “Vi no jornal que ia ter show e resolvi aproveitar”, contou ele, que largou do trabalho às 6h e foi direto para a praia. “A gente encontra os vizinhos, petisca alguma coisa, é sempre animado. A gente trabalha tanto, nada como descansar e aproveitar um pouquinho em um dia como esse”, declarou. Estavam previstos shows de Almir Rouche, João do Morro, Excesso de Bagagem, Banda Chitara e Sem Compromisso.

O cadeirante Davi Ferreira, 20, estava na praia quando descobriu que haveria show na orla. “Vim com minha tia e descobri as atrações por acaso. É sempre bom porque dá um ânimo no feriado. Ela foi tomar uma cerveja e eu gosto de ficar aqui pelo calçadão vendo a movimentação do pessoal”, comentou.

O presidente da Força Sindical em Pernambuco, Aldo Amaral, reforçou a importância do dia 1º de Maio na luta dos trabalhadores pelos seus direitos. “Atualmente, as nossas bandeiras são a redução da jornada de trabalho de 44 horas para 40 horas sem a redução salarial; igualdade de gênero,já que as mulheres ainda ganham menos que os homens; a valorização do serviço público, a redução da alíquota do Imposto de Renda e o fim do fator previdenciário”, revelou.