Fotos Jaelcio Santana![]() Presidente Miguel Torres entrega o cheque a Abelardo |
Após 15 anos de luta na Justiça, o ex-torneiro revólver Abelardo de Souza, 60 anos, recebeu o cheque da indenização referente ao processo de reintegração aberto em fevereiro de 1996 contra a Elevadores Atlas Schindler. O cheque foi entregue pelo presidente do Sindicato, Miguel Torres.
“A justiça foi feita, mas é muito tempo para o trabalhador ter seu direito reconhecido. Isso precisa mudar”, afirma Miguel.
Abelardo perdeu 60% da força do braço direito |
Em função da atividade profissional, Abelardo teve rompimento dos tendões do braço direito, passou por cirurgia, voltou ao trabalho e foi demitido menos de um ano depois, mesmo tendo estabilidade no emprego assegurada pela Convenção Coletiva de Trabalho do Sindicato. Abelardo perdeu 60% da força no braço.
Quando foi demitido, Abelardo procurou o Sindicato e passou pelo médico do trabalho, que atestou que ele tinha problema. “O Departamento Jurídico mandou carta pra empresa dizendo que eu não podia ser demitido, mas eles não acataram, então abri o processo”, conta o trabalhador.
Abelardo foi reintegrado em julho de 2001, mas a empresa continuou recorrendo da sentença e o demitiu novamente em 2005, sem pagar a verba indenizatória do período de 1996 a 2001. O cheque recebido por meio do Sindicato é referente a este período.
Ao ser demitido pela segunda vez, Abelardo entrou com outro processo e foi reintegrado novamente, “mas quando a empresa viu que eu já tinha tempo pra aposentar me demitiu, em 2007”, contou Abelardo.
O companheiro pediu aposentadoria, mas os problemas não acabaram. “O INSS errou na minha idade e no tempo de contribuição. Eles diminuíram a minha idade em cinco anos e não incluíram no cálculo as contribuições do período do processo, e meu benefício caiu de R$ 2.300 para R$ 1.100”, afirma.
Abelardo recusou a aposentadoria e, novamente, recorreu à Justiça, desta vez contra o INSS. O processo vem rolando há quatro anos e está em fase final no Tribunal Regional Federal. “Estou vivendo com o auxílio-acidente que recebo, mas vou ganhar este também. O problema é a demora”, afirma.