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Trabalhadores da Volks, em Taubaté, entram em greve após 50 demissões

O Estado de S. Paulo

Empresa alega ter 500 funcionários excedentes, de um total de 5 mil trabalhadores, e Sindicato dos Metalúrgicos teme que o número de demissões aumente; na primeira quinzena deste mês, vendas totais de automóveis no Brasil tiveram queda de 14%

Trabalhadores do turno da tarde da Volkswagen em Taubaté (SP) entraram em greve nesta segunda-feira após a empresa iniciar demissões na unidade que produz os modelos up!, Voyage e Gol. O Sindicato dos Metalúrgicos local contabilizou 50 cortes – feitos por meio de cartas entregues nesta segunda-feira -, mas teme que o número seja maior. Segundo a entidade, a montadora alega ter 500 funcionários excedentes, de um total de 5 mil.

Hoje, funcionários do turno da manhã também devem suspender a produção. Na semana passada, os trabalhadores já haviam decretado estado de greve por temer demissões após recusa de proposta que previa congelamento de salários em 2016 e antecipação de aposentadorias.

Sem confirmar as demissões, a empresa informou, em nota, que várias medidas adotadas ao longo do ano, como férias coletivas e lay-off (suspensão dos contratos de trabalho) não foram suficientes para adequar a produção à demanda do mercado. Também informou que a proposta rejeitada permitiria adequação necessária da estrutura de efetivo e custos da unidade, “que hoje são os mais altos da Volkswagen no Brasil”.

GM. Nesta segunda-feira, não houve acordo em audiência realizada no Tribunal Regional do Trabalho de Campinas entre a General Motors e o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos (SP). Novo encontro foi agendado para sexta-feira.

Os cerca de 5 mil trabalhadores da fábrica estão em greve desde o dia 10, em protesto contra a demissão de quase 800 trabalhadores. Só neste ano, as montadoras demitiram 8,8 mil trabalhadores até julho. Atualmente, o setor emprega 135,7 mil pessoas.

Em Gravataí (RS), onde produz os automóveis Onix e Prisma, a GM anunciou férias coletivas de 20 dias, a partir do dia 8, para todo o pessoal das áreas de produção e administrativa do complexo, que emprega 9 mil trabalhadores. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos local, a empresa tem cerca de 30 mil carros em estoque.

No ABC paulista, as fábricas da VW e da Ford estão paradas nesta semana e os cerca de 11 mil trabalhadores das duas empresas estão em banco de horas. Na Mercedes-Benz, os 7 mil operários da produção de caminhões e ônibus estão em licença desde o dia 7. A empresa diz ter 2 mil funcionários excedentes, de um total de 10 mil, e avisou ao Sindicato dos Metalúrgicos do ABC que iniciará demissões em setembro, após os trabalhadores recusarem proposta de redução de jornada e salários, além de reajustes menores em 2016.

No sábado, trabalhadores da Mercedes decidiram em assembleia negociar com a empresa a adesão ao Programa de Proteção ao Emprego (PPE), que prevê jornada e salários menores, mas não querem aprovar cortes nos benefícios. Nesta segunda-feira também tiveram início as férias coletivas de 200 operários da Chery, de Jacareí (SP), que segue até dia 5. A produção do Celer está parada.

Quinzena. Na primeira metade do mês foram vendidos no País 98,7 mil veículos, 14% menos ante igual período de 2014. Em relação a julho, houve melhora de 4,6%. No acumulado do ano, as vendas estão 20,6% menores que em 2014.