A Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp) considera “um alívio” a informação de que o governo norte-americano negociará com o Brasil nova tarifa para importação de aço e alumínio. A tarifa entraria em vigor nesta sexta-feira (23).
Zanotto acrescentou que o setor empresarial estava preocupado, pois a mudança traria prejuízo para a siderurgia brasileira, mas também para a dos Estados Unidos. “O aço brasileiro é insumo para a siderurgia norte-americana, a maior parte do que é exportado.”
O diretor da Fiesp disse acreditar que a negociação deve caminhar para uma aplicação de cotas de acordo com o histórico de exportação do país. “É o sistema de cotas baseado numa média aritmética, por exemplo, de desembarques feitos nos últimos dois ou três anos. Isso ainda vai ser negociado”, declarou.
O presidente da Associação Brasil de Alumínio (Abal), Milton Rego, considerou um “alento” a notícia da negociação sobre o aço. “Depois de um início muito tumultuado, vemos isso com otimismo. Entendemos que possa ter um desfecho mais favorável.”
Para Minton Rego, o melhor cenário seria que o Brasil fosse tratado como exceção e que seu aço e alumínio não fossem sobretaxados. “A indústria brasileira não compete com a americana, tanto do ponto de vista de aço – já que o que a gente exporta é um produto que vai entrar na indústria siderúrgica –, quanto no do alumínio, que a gente exporta o produto final. Nossa indústria não causa dano à norte-americana, no sentido de ter algum tipo de relação com a perda de competitividade”, explicou.
“Nossa exportação de alumínio para os Estados Unidos não é tão relevante. Estamos entre a 8ª e a 10ª fonte de produto para o país. Então, não é muito. Por outro lado, os Estados Unidos são o principal destino de exportação de manufaturados de alumínio. Nesse sentido, é muito importante”, disse sobre o impacto das exportações no país.
Para os trabalhadores, reconsiderar a sobretaxa sobre o aço e alumínio do Brasil significa a garantia de emprego de milhares de trabalhadores nas siderúrgicas e também empregos indiretos, disse João Carlos Goncalves, Juruna, secretário geral da Força Sindical. E isso graças a mobilização e pressão que os trabalhadores fizeram junto a representação dos Estados Unidos no Brasil, quando centrais sindicais e os sindicatos fizeram manifestação exigindo negociação sobre o assunto e não decisão unilateral.