Como forma de reação ao envio de telegramas a trabalhadores da Mercedes-Benz com o aviso de demissão, que começaram a ser entregues na segunda-feira, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC organizou na manhã de ontem mobilização em frente à sede da entidade, em São Bernardo, que reuniu cerca de 7.000 pessoas. Após o ato, houve passeata rumo à Igreja Matriz, no Centro.
O resultado da ação foi o contato da montadora, solicitando reunião com a entidade, na tarde do mesmo dia. Até o fechamento desta edição, o encontro não tinha tido desfecho. No entanto, foi convocada assembleia hoje, às 7h, na porta da montadora, para que os operários sejam informados do conteúdo da conversa e das decisões.
Toda a fábrica de São Bernardo está paralisada desde segunda, e os cerca de 9.000 profissionais estão em licença remunerada por tempo determinado, mas ainda não revelado pela companhia. A Mercedes alega que, devido à forte queda nas vendas de caminhões e ônibus, acumulou excedente de 2.500 empregados. Porém, como a adesão ao PDV (Programa de Demissão Voluntária) contou com 630 pessoas, apenas, ainda possuía 1.870 ociosos.
Durante o ato de ontem foi aprovado encaminhamento para iniciar processo constante de mobilizações até que os cortes sejam revertidos e a empresa volte à mesa de negociações, o que aconteceu. “A Mercedes agiu de forma unilateral anunciando as demissões e colocando todos em licença remunerada. Essa é nossa primeira resposta”, destacou Aroaldo Oliveira da Silva, vice-presidente do sindicato.
A orientação de Silva àqueles que receberam o telegrama solicitando a presença na montadora no dia 24 e informando sobre o desligamento em 5 de setembro, é que desconsiderem a correspondência.