Prefeitura de São Paulo diz atender mais de 73 mil crianças.
Exploração de mão de obra infantil deve ser denunciada.
O trabalho infantil aumentou no Estado de São Paulo. O levantamento mostrado pelo SPTV foi feito pelo IBGE, com dados de 2014.
Os números do trabalho infantil no Estado de São Paulo vinham caindo até 2013, quando o percentual de crianças que trabalhavam chegou ao nível mais baixo: 5,6%. Em 2014, aumentou para 6,3%. São mais de 500 mil crianças que deveriam estar apenas brincando e estudando.
Nos cruzamentos Avenida Tiradentes, na região da Luz, meninos esperam os sinais fecharem e, quando os carros param, eles já chegam jogando água nos para-brisas para não dar chance de motoristas recusarem a lavagem. Para ganhar uns trocados, eles também vendem doces, salgadinhos e se arriscam com malabares de fogo. A mesma situação é encontrada na Oscar Freire, nos Jardins, com crianças vendendo produtos.
Como não estão preparadas para exercer função nenhuma, muitas adoecem, se machucam e até morrem. A maioria dos acidentes de trabalho graves ou fatais com menores de 18 anos acontece em São Paulo. Foram 959 ocorrências em 2015, quase a metade dos acidentes envolvendo crianças que trabalham em todo país.
Denúncia
A Fundação Abrinq, de proteção à criança, diz que as pessoas têm que denunciar a exploração de mão de obra infantil.
“Não é melhor estar trabalhando do que na rua, enfim, é melhor a criança estar na escola, é melhor a criança estar participando de uma atividade de cultura, tendo acesso a espaços de lazer e de cultura, do que estar trabalhando”, afirmou Andreia Lavelli, coordenadora da Fundação Abrinq.
A Prefeitura de São Paulo diz que atende mais de 73 mil crianças e adolescentes em centros de convivência e que vai acionar o Conselho Tutelar.
O Governo do Estado diz que investe um terço do orçamento em educação e que o trabalho infantil aumentou por causa da crise econômica.