UAW repudia demissões da GM no Brasil e envia carta de apoio à nossa greve

O sindicato norte-americano United Auto Workers (UAW) escreveu uma carta em solidariedade aos trabalhadores demitidos das fábricas da GM (General Motors) no Brasil: Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul e São José dos Campos.

O texto,  assinado por Shawn Fain, presidente da UAW, foi endereçado a dirigentes sindicais brasileiros que lideram a greve, entre eles Miguel Torres, presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.

Na carta, o UAW afirma estar familiarizado com o costume da GM de “não honrar acordos e infringir leis trabalhistas”. A greve na GM de Mogi, São Caetano e São José continua e só terminará com o cancelamento das demissões.

 

Veja a carta traduzida:

“Saudações fraternas,

Em nome dos um milhão de membros ativos e aposentados do Sindicato Internacional dos Trabalhadores Automobilísticos, Aeroespaciais e de Implementos Agrícolas dos Estados Unidos (UAW), escrevo para expressar nossa indignação diante do anúncio da General Motors de demissões em massa no Brasil.

A ação da GM afeta a segurança no emprego dos trabalhadores nas fábricas da GM em São José dos Campos, São Caetano do Sul e Mogi das Cruzes e viola o acordo de proteção ao emprego firmado com os sindicatos.

Também entendemos que a GM está em desacordo com a lei que exige que as empresas negociem com os sindicatos antes de efetuar demissões em massa. O UAW conhece bem o hábito da GM de não cumprir acordos e desrespeitar leis trabalhistas. Isso é inaceitável!

Estamos solidários com suas demandas de greve pela revogação das demissões e garantia da estabilidade no emprego para todos. Além disso, apoiamos suas demandas para que o Presidente Lula emita uma medida provisória estabelecendo a estabilidade no emprego e reduzindo a jornada de trabalho diária sem redução salarial.

Estamos ao lado de vocês e de todos os corajosos trabalhadores da GM em greve no Brasil, assim como vocês estiveram ao nosso lado durante sua visita às nossas linhas de piquete algumas semanas atrás. Como a greve do UAW demonstrou, nosso maior poder está na união dos trabalhadores!”.

Shawn Fain
Presidente da UAW

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