Quero desejar aos congressistas da Força Sindical um ótimo trabalho e aproveitar para falar sobre a Secretaria de Saúde e Segurança no trabalho.
A Força Sindical esteve sempre à frente das lutas não só econômicas da classe trabalhadora, como também da melhoria dos ambientes de trabalho, com o objetivo de promover a Saúde e Segurança dos trabalhadores.
Nós sabemos que essa luta exige muito, justamente porque a cultura do trabalho exige muito dos trabalhadores e, portanto, ele mesmo aceita negligenciar a própria saúde em benefício do trabalho.
Diante deste cenário, os empresários aceleraram a exploração e com isso essa luta passa por um processo de conscientização constante, tanto dos trabalhadores quanto das suas lideranças.
Entendendo isso, o companheiro Arnaldo Gonçalves, à frente da Secretaria Nacional de Saúde e Segurança da Força Sindical, sempre investiu na organização dos estados para trabalhar este tema e estimulou a formação de quadros para que pudessem assumir as demandas desta área.
Para que eu possa realizar esse trabalho, à altura da demanda dessa Secretaria, preciso do empenho das direções estaduais, no sentido de preparar e disponibilizar lideranças para atuarem junto com a Secretaria Nacional, como um grupo operativo, definindo prioridades para enfrentarmos essa luta.
No entanto esse não é o nosso único problema, a luta da classe trabalhadora se agravou nos últimos anos com o atual governo que não se sensibiliza com a dor dos seus cidadãos trabalhadores.
Por esses e outros motivos, me solidarizo aos congressistas da Força Sindical nos Estados e digo que realizar um congresso no momento atual passa, gostando ou não, pelo nosso envolvimento no desenrolar do atual modelo político que nos encontramos.
Uma boa parte do movimento sindical, e até mesmo de uma parcela da classe trabalhadora, ainda compartilha de opinião contrária ao nosso envolvimento na vida política do País. No entanto, a classe empresarial não só apoia e financia como milita nesse campo, propiciando eleger em todas as esferas os seus representantes.
Não é novidade para ninguém, que o atual presidente tem um lado e não se preocupa em esconder, anuncia claramente suas propostas, defende os direitos dos empresários urbanos e rurais, defende latifundiários, garimpeiros, madeireiros e é contra as minorias, critica direitos individuais, direitos dos trabalhadores, das mulheres, dos negros, dos povos indígenas, critica os fiscais do IBAMA, do trabalho, critica o MP e todos aqueles que na sua perspectiva “dificultam” a ação empresarial.
Em suma, ele defende a produção e a competitividade à custa da desgraça dos trabalhadores, dos povos indígenas, do meio ambiente.
Na área da saúde do trabalhador, não é diferente. Desde o início, esse governo lançou duras críticas contra as Normas Regulamentadoras (NRs). Falava sobre altos custos aos empresários em razão destas normas e que elas permitiam aos fiscais do trabalho alto poder de autuação. Ele estava pagando o apoio político recebido. A vida e a saúde dos trabalhadores passaram a ser moeda de troca, até a dignidade dos fiscais do trabalho foi violada.
Não demorou muito e o atual presidente da República lançou campanha para revisar as NRs. Dizia que elas precisavam ser modernizadas e atualizadas, mas nós sabemos qual era a verdadeira intenção.
No entanto, para a nossa sorte, para se fazer essas revisões, era necessário passar essas normas pela CTPP – Comissão Tripartite Paritária Permanente, que é composta pelo governo, empresários, mas também por representante dos trabalhadores e do Ministério Publico do Trabalho – MPT.
Posso garantir que a bancada dos trabalhadores na CTPP, ao qual faço parte, tem feito um trabalho muito atento no sentido de evitar prejuízos à segurança e saúde dos trabalhadores. Mas tenho que reconhecer que se não fosse o MPT presente nessas negociações, o governo e os empresários teriam passado o rolo compressor por cima de todas essas normas.
Nesse momento, por exemplo, o MPT conseguiu paralisar a discussão da NR 36, por ter entrado com um processo público com essa finalidade. Revisar a NR 36 nesse momento pode trazer prejuízos graves à saúde dos trabalhadores de frigoríficos.
Portanto, penso que só não vê quem não quer ver, mas as atitudes são claras e a classe trabalhadora corre um risco grave e nós temos o dever de alertá-la: a vitória desse atual governo nas próximas eleições seria uma tragédia anunciada. É preciso uma compreensão clara dessa realidade para nos livrarmos dessa desgraça.
É necessário entender também que uma parcela da população acredita nessa linha ideológica, ideologia que não pertence só a esse governo, mas a uma classe econômica privilegiada e preconceituosa, que não admite dividir e não aceita conviver como igual, querem mais, e para isso, estão buscando uma terceira via que contemple os seus interesses, que a meu ver, me parece inteligente e carrega o ódio de classe e traz o chavão do fascismo que ilude com promessas mentirosas.
Assim sendo, temos que nos unir em volta do único candidato capaz de fazer aflorar esse ódio, expondo a verdadeira face do lobo, e aí poder combatê-lo. Por esta razão, neste momento não podemos nos permitir divisões, não podemos nos permitir vaidades, interesses pessoais, temos que ser fiel ao nosso povo, que está comendo restos, sobras, vivendo de cestas básicas, morrendo a míngua. Precisamos nos unir em torno de Luiz Inácio Lula da Silva.
Unir para vencer essas eleições.
Abraços companheiros e companheiras!
Luís Carlos Oliveira, o Luisinho
Secretário Nacional de Saúde e Segurança da Força Sindical, diretor do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e responsável pelo Departamento de Saúde e Segurança do Sindicato