Folha SP
TATIANA FREITAS DE SÃO PAULO
PAULO PEIXOTO DE BELO HORIZONTE
A Usiminas deu ontem mais um passo em direção à autossuficiência em minério de ferro, principal insumo para a produção de aço, estimada para 2013.
A empresa anunciou a aquisição da Mineração Ouro Negro, na região de Serra Azul, no quadrilátero ferrífero de Minas Gerais, por US$ 367 milhões.
Com a compra, a Usiminas adiciona 550 milhões de toneladas de minério de ferro à sua capacidade e eleva em 24% suas reservas em Serra Azul, para 2,8 bilhões de toneladas.
A notícia foi divulgada após o anúncio de venda das participações de Votorantim e Camargo Corrêa na empresa para o grupo ítalo-argentino Ternium.
Com isso, a Usiminas, primeira estatal a ser privatizada no país, não tem mais empresas nacionais no seu grupo controlador, que passa a ser formado pela Ternium e pela japonesa Nippon Steel, além do fundo de pensão dos funcionários da Usiminas, com participação de 10%.
Mas o presidente da empresa, Wilson Brumer, afasta o termo “desnacionalização”, alegando que a Usiminas está instalada no Brasil, tem fábricas no país e ações negociadas na Bolsa de Valores nacional.
Ele considera, porém, que, se a necessidade de internacionalização voltar à pauta do setor, a presença da Nippon e da Ternium pode ser um facilitador.